CAPA
PONTO DE PARTIDA (PÁG. 1)
O médico, os planos de carreira e os novos desafios
ENTREVISTA (PÁG. 4)
"É preciso aprender a gerir a própria emoção"
CRÔNICA (PÁG. 10)
Envelhecendo, mas sem desanimar
CONJUNTURA (PG. 12)
Você é Nomofóbico?
VANGUARDA (PG. 16)
Progressos da cirurgia bariátrica
DEBATE (PG. 20)
Planos de Carreira para Médicos
SINTONIA (PG. 26)
O Direito e a certeza médica
HISTÓRIA DA MEDICINA (PG. 29)
Como é bom ser bom
HOBBY (PG. 32)
Paixão pela arte e fascínio pela Medicina
GIRAMUNDO (PG. 36)
Cérebro criativo
PONTO COM (PG. 38)
Quem diria...
CULTURA (PG. 40)
Cultura, emoção e história
GOURMET (PG. 44)
De bem com a vida
FOTOPOESIA (PÁG. 48)
Trajetório Poética do Ser
GALERIA DE FOTOS
CULTURA (PG. 40)
Cultura, emoção e história
Museu da Imigração
Cultura, emoção e história
O ônibus escolar estaciona e as crianças descem com os olhos brilhando, sem conseguir conter a curiosidade em relação ao que poderão ver no interior do amplo edifício que abriga o Museu da Imigração (MI) do Estado de São Paulo. No jardim bucólico, pessoas conversam e observam o cantar dos pássaros.
Localizado entre os bairros da Mooca e do Brás, em São Paulo, o MI ocupa um casarão
onde antes situava-se a Hospedaria dos Imigrantes. Fundada no ano de 1887, era um importante local de abrigo aos imigrantes que chegavam à capital paulista, em busca de um futuro melhor. Amparou mais de 2,5 milhões de pessoas durante seus 91 anos de atividade, cuja maioria – e sua descendência – tornou-se brasileira, e está hoje completamente inserida na cultura e no mercado de trabalho do País.
Com a diminuição do fluxo migratório, o casarão da hospedaria deu lugar ao museu, criado em 1993, com o objetivo de compreender o processo imigratório a partir da trajetória das pessoas que por ali passaram. O prédio passou por uma primeira reforma em 2010 e foi reinaugurado em 2014, apresentando um novo plano museológico e um projeto de exposição de longa duração, que ficará aberta ao público por aproximadamente 10 anos.
Está em exibição, atualmente, a mostra Migrar: experiências, memórias e identidades, iniciada em 2014. Ela conta com oito módulos, que proporcionam ao visitante a oportunidade de conhecer a história do processo imigratório por meio de material audiovisual, fotografias, documentos e objetos. Há, ainda, alguns espaços de imersão, como a réplica do dormitório da antiga hospedaria, que provoca muita emoção por meio da trilha sonora e dos utensílios ali mostrados.
Projetos educacionais e uma agenda que atende às necessidades de diferentes públicos fazem, também, parte da programação da instituição. É possível acompanhar apresentações de teatro, dança, música, oficinas e palestras referentes ao museu e processos imigratórios de São Paulo. A instituição apresenta, em média, três exposições temporárias por ano, recebendo um público de cerca de 170 mil pessoas, anualmente.
Resgatando histórias
É possível que uma pessoa descendente de imigrantes resgate a história de sua família e de suas origens por meio de um acervo digital imagens e documentos, com dados sobre o processo imigratório em São Paulo. O Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) e uma equipe de pesquisadores estão, também, disponíveis para auxiliar os interessados em obter essas informações.
Além das exposições presenciais – temporárias e de longa duração – o museu conta com a modalidade virtual para a exibição de obras. disponibilizado pela instituição. Esse conjunto de informações contém mais de 250 mil Viagem, sonho e destino, por exemplo, traz histórias de pessoas que contribuíram para o desenvolvimento de São Paulo. Por meio de fotografias e história oral, pode-se acompanhar o percurso de muitos imigrantes que chegaram à cidade pelo porto de Santos. A mostra virtual revela a importância da hospedaria na mudança de vida das pessoas que ali permaneciam. E,
como em todas as outras atividades, emoção, história e cultura se misturam, envolvendo o visitante, presencial e virtualmente.
Estudo mostra diferenças no movimento migratório contemporâneo
Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Unicamp mostra que as migrações contemporâneas apresentam características diferentes das registradas nos séculos 19 e 20, entre elas a intensificação da migração Sul-Sul. Trata-se do movimento de pessoas entre e em direção aos países da America Latina e Caribe, além daqueles vindos da África, Síria, Líbano, Paquistão, Bangladesh e Nepal.
No Brasil, essas mudanças se dão, principalmente, no Estado de São Paulo, por meio
da interiorização das migrações internacionais. O estudo mostra que, entre 2000 e 2015, foram registrados no Brasil 870.926 imigrantes dos mais diversos países. Dentre eles, 367.436 foram registrados no Estado de São Paulo.
A nova realidade tem transformado os países latino-americanos de lugares de imigração e emigração para locais de trânsito migratório. A título de exemplo, notam-se essas mudanças nas emigrações haitianas. Diversos haitianos entraram no Brasil e saíram pelas nossas fronteiras a caminho do Chile e dos Estados Unidos.
A pesquisa resultou em duas obras: o Atlas Temático Observatório das Migrações – Migrações Internacionais e o livro Migrações Sul-Sul, ambos conduzidos por Rosana Baeninger, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e pesquisadora do Núcleo de Estudos de População Elza Berguó (Nepo). Mais informações em: http://www.nepo.unicamp.br/index.html
Serviço:
Local: Museu da Imigração
Horário: de terça a sábado, das 9h às
Endereço: Rua Visconde de Parnaíba,
Ingresso: R$ 10 (inteira) R$ 5 (meia-entrada
(Colaborou: Maria Melo)