CAPA
PÁGINA 3
Editorial
PÁGINA 4 e 5
Ensino médico
PÁGINA 6
Eleição do Cremesp 2018
PÁGINA 7
Entrevista - Rodrigo Serra Pereira
PÁGINAS 8 e 9
Ressonância
PÁGINA 10
Agenda da presidência
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Instituição de Saúde - Hospitais da Fundação Padre Albino
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Eu, médico
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São Paulo
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Convocações
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Bioética
PÁGINA 16
Saúde pública
GALERIA DE FOTOS
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Instituição de Saúde - Hospitais da Fundação Padre Albino
Hospitais da Fundação Padre Albino atendem a 19 municípios na região de Catanduva
Área do hospital-escola Emílio Carlos
Com dois hospitais de média e alta complexidades em Catanduva, a Fundação Padre Albino é referência em Medicina para 19 municípios da região, que totalizam mais de 300 mil habitantes. São eles: o Hospital Padre Albino e o Hospital Emílio Carlos,
ambos com 80% do financiamento provenientes de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O restante vem do atendimento particular e por meio de planos de saúde, além de receitas próprias geradas pelo Centro Universitário Padre Albino (Unifipa), também administrado pela fundação.
“No ano passado, cobrimos cerca de R$ 10 milhões com recursos próprios, totalizando, nos últimos sete anos, cerca de R$ 65 milhões”, informou o presidente da FPA, José Carlos Rodrigues Amarante. Tanto o Padre Albino como o Emílio Carlos são hospitais-escola nos cursos de Medicina, Enfermagem e Biomedicina e programas de Residência Médica do Centro Universitário Unifipa. Juntos os dois hospitais contam com corpo clínico composto por 307 médicos, além de 157 residentes. As duas instituições desenvolvem programas de RM nas especialidades de Clínica Cirúrgica, Cirúrgia Plástica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Ortopedia, Anestesiologia, Radiologia, Medicina Intensiva, Neonatalogia, Cirurgia do Trauma e Medicina da Família, entre outras.
Hospital Padre Albino
Atendendo desde 1926, o Hospital Padre Albino é responsável por mais de 60% dos atendimentos realizados pelo SUS na região. Com 198 leitos – 131 deles destinados
ao SUS – conta com serviços de diagnósticos que vão desde análises clínicas até exames de imagem. De acordo com a FPA, em 2017 foram realizados um total de 642.535 atendimentos, entre consultas, diagnósticos e terapias, além de 12.949 internações.
Médico residente durante simulação da prova do OSCE
Hospital Emílio Carlos
Fundado na década 1960, o Emílio Carlos tem como destaque sua unidade de Moléstias Infecciosas. O hospital, que realizou 828.064 atendimentos e procedimentos
em 2017; conta com 143 leitos, sendo 10 deles de UTI adulto e 10 de moléstias infectocontagiosas. “O Emílio Carlos vem passando por transformações importantes
na sua área física, com reformas nas enfermarias e serviços auxiliares”, informa o diretor técnico da FPA, Jorge Valiatti.
Opinião - Marli Soares*
O fortalecimento da Medicina passa pela valorização do Sistema Único de Saúde
Os princípios da universalidade, igualdade e integralidade da atenção à saúde foram os pilares da construção do Sistema Único de Saúde (SUS).
Tais fundamentos e a qualidade da assistência deveriam ser a base do sistema, porém, a cada mudança de governo, inventa-se um novo desenho que vai, pouco a pouco, desfigurando o SUS idealizado. Sob o pretexto de reduzir custos, promove-se a precarização dos vínculos e das condições de trabalho do médico, prejudicando a efetividade e eficiência das ações de saúde à população.
É inquestionável que a demora em realizar consultas e falta de investimento traz doenças; a carência de serviços para tratamentos agrava os casos e aumenta gastos
com internação. A falta de atendimento eficaz aumenta as sequelas e, por consequência, as aposentadorias precoces.
Entretanto, com a equivocada visão de que saúde é gasto em vez de investimento e a premissa da falta de recursos, os governos agenciaram as unidades com baixos salários, promovem a baixa adesão do médico ao serviço público e a alta rotatividade de equipes de saúde. As justificativas para o incremento da terceirização do setor – com a presença das Organizações Sociais (OSs) e da Pessoa Jurídica – foram os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Porém, o que se observa é
o comércio da saúde pelos terceirizados, com sobrecarga de trabalho para o médico, insegurança para exercício profissional e a população desassistida.
O mercado de trabalho norteado pela contenção dos gastos, congelamento de salários e flexibilização na contratação de pessoal, associado à falta de investimento em unidades, em modernização dos equipamentos, e de concursos para ingresso por mérito, transformou o serviço público no ambiente mais aflitivo de atuação para o médico – que no passado orgulhava-se de ser um servidor do Estado. O setor público orientava as práticas salariais na área da saúde, até a chegada dos convênios médicos.
Não raro, o médico que está na ponta do sistema improvisa e atua em condições adversas por falta de infraestrutura e material adequado, sob o risco de incorrer em infração ética. Aumenta a agressão aos médicos, em locais onde há excesso de demanda e falta de profissionais. Soma-se a esse quadro, o aumento de ações judiciais que consomem uma quantia considerável dos parcos recursos.
Toda essa situação demonstra que a valorização da carreira do médico valoriza o SUS. Portanto, defender o direcionamento adequado do orçamento para o SUS é defender a categoria médica e a população do País.
*Conselheira do Cremesp