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CAPA

EDITORIAL (pág. 2))
Campanha sensibilizará a classe sobre registro da titulação


ENTREVISTA (pág. 3)
Aloísio Tibiriçá, 2º vice-presidente do Conselho Federal


EVENTOS (pág.4)
Acompanhe os próximos encontros do Cremesp, inscreva-se e participe


ATIVIDADES (pág. 5)
Encontros abordaram dor abdominal e cursos não reconhecidos pelo CFM


EDUCAR PARA PALIAR (págs. 6/7)
Nova área de atuação trará benefícios ao paciente terminal


DIA DO MÉDICO (págs. 8/9)
Fenmesp, Simesp, APM e Academia de Medicina discutem reivindicações da classe médica


ÉTICA & BIOÉTICA (pág. 10)
Profissionais de várias áreas da saúde participaram dos encontros


GERAL 1 (pág. 11)
Pessoas físicas e jurídicas podem efetuar o pagamento de maneiras diferenciadas


COLUNA DO CFM (pág. 12)
Representantes do Estado no CFM se dirigem aos médicos e à sociedade


GERAL 2 (pág. 13)
Destaque para o encontro nacional dos corregedores realizado pelo CFM, em Brasília


ALERTA ÉTICO (pág. 14)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação


GALERIA DE FOTOS



Edição 276 - 11/2010

ÉTICA & BIOÉTICA (pág. 10)

Profissionais de várias áreas da saúde participaram dos encontros


Cremesp promove debates sobre ética


Atibaia
Terminalidade da vida foi tema de palestra apresentada pelo professor da disciplina de Bioética da Faculdade de Medicina da USP e também conselheiro do Cremesp, Reinaldo Ayer de Oliveira, no dia 14 de outubro, no auditório do Hospital Novo Atibaia.


Ayer e Silvia, durante o encontro em Atibaia

O evento contou com a participação de profissionais de outras áreas, como enfermagem e terapia ocupacional. Segundo Ayer, “esse fato foi bastante proveitoso, principalmente durante os debates, pois essa questão deve ser sempre analisada do ponto de vista da interdisciplinaridade dos profissionais de nossa área”.

Também participou do debate a conselheira do Cremesp Silvia Helena Mateus. Para ela, a discussão sobre bioética na área médica é fundamental. “Às vezes esse tema é debatido em outros âmbitos, mas é extremamente importante realizá-lo com os profissionais da área da saúde”, afirma. Mais de 40 pessoas prestigiaram o encontro.

Botucatu
Também ministrada pelo conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira, a palestra Novo Código de Ética Médica e Cuidados Paliativos – realizada na cidade de Botucatu, no dia 26 – contou com a participação de aproximadamente 60 pessoas. “A apresentação dessa palestra foi uma atividade promovida pelo Núcleo de Bioética da Faculdade de Medicina de Botucatu, coordenado pelo professor William Saad Hossne, e representou um grande avanço na mobilização dos profissionais de saúde em relação à importância do tema cuidados paliativos”, destacou o conselheiro.

Guarulhos
O Cremesp realizou um encontro com médicos na Associação Paulista de Medicina (APM) de Guarulhos, no dia 23 de outubro, com a palestra Aspectos fundamentais do novo Código de Ética Médica, proferida pelo conselheiro Kazuo Uemura. Como nos eventos anteriores, o objetivo foi esclarecer dúvidas dos profissionais de saúde sobre o novo Código de Ética Médica.


Opinião de Conselheiro
Símbolo da medicina: hora de parar a confusão


Clóvis Constantino*

Símbolo é tudo aquilo que – por motivos variados, mas pertinentes –, representa alguma coisa. A cruz é o símbolo do cristianismo, a balança retrata a justiça, as bandeiras evocam, com suas singularidades, as nações, e assim por diante.

O Bastão de Esculápio (latim) ou Asclépio (grego) com uma serpente enrolada sempre foi o símbolo da medicina. Muitas confusões têm ocorrido com nosso símbolo em relação ao Caduceu de Mercúrio. A rigor, o vocábulo “caduceu” pode ser entendido como bastão.

Mas, na realidade, consagrou-se a referência a ele como o cajado em torno do qual duas serpentes se entrelaçam de forma simétrica, com asas adornando sua parte superior, sendo denominado Caduceu de Mercúrio (latim) ou de Hermes (grego), que simboliza o comércio, relacionando-o aos viajantes e às estradas.

Nossa finalidade, neste pequeno artigo, é deixar claro, pelo menos para nós, médicos, o que representam esses dois símbolos e qual é, verdadeiramente, aquele que simboliza nossa profissão.

O Bastão de Esculápio é o símbolo da medicina, não o Caduceu de Mercúrio. O próprio Juramento de Hipócrates refere-se, entre outros deuses, a Asclépio, como o deus da medicina, e não a Hermes.

Não vamos nos estender, mas há inúmeras referências nas mitologias grega e romana a respeito das origens desses símbolos, e é muito interessante sua leitura. Da mesma forma, há várias referências aos motivos dessa confusão.

É importante lembrar que o exercício profissional da medicina mudou muito desde Hipócrates, mas os referenciais éticos permanecem, e até foram aperfeiçoados.

O inciso IX do capítulo I – Princípios Fundamentais, do Código de Ética Médica, assim dispõe: “A medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio”.

Somos 350 mil médicos no Brasil. Sofremos na atualidade com remuneração insuficiente, convivemos com dificuldades diárias em nosso mister, mas não somos comerciantes, apesar de existirem (como em todas as profissões) raros colegas com poucos escrúpulos.

Mantemos nosso comportamento de respeito à dignidade do ser humano, que nos procura para ajudá-lo, profissionalmente, nas questões relacionadas à sua saúde. Sabemos fazê-lo, e o fazemos com maestria, com a base milenar da relação médico-paciente. Nossa atividade sempre foi e será diferente; nem melhor nem pior, mas diferente.

Nosso símbolo é aquele que representa a arte de curar (ou expandindo, a arte de cuidar) e não o que representa relações comerciais. Não podemos capitular em princípios pétreos.


* Clóvis Francisco Constantino é conselheiro vice-corregedor do Cremesp e presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo.


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