CAPA
EDITORIAL (JC pág. 2)
Médico do SUS: em defesa de plano de carreira definido e piso salarial digno
CONFERÊNCIA (JC pág. 3)
Os desafios por melhores condições de trabalho no sistema público de saúde
ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Módulos para atualização profissional avançam no ABC e no interior
BIOÉTICA (JC pág. 5)
Síntese dos temas abordados no Simpósio de Bioética Hospitalar, realizado no final de maio
ATIVIDADES 2 (JC pág. 6)
Quatro chapas disputam o pleito para a gestão 2009-2014
PRÓ-SUS (JC pág. 7)
Fórum Nacional e Sudeste debate plano de cargos e salários da classe
ENSINO (JC págs. 8/9)
Coletiva de imprensa apresenta livro e estudo sobre o Exame do Cremesp
ÉTICA (JC pág. 10)
O médico auditor deve se identificar de forma clara em todos os seus atos
VIDA DE MÉDICO (JC pág. 11)
O ortopedista Luiz Mestriner relata sua paixão pelo ensino médico
ESPECIALIDADES (JC pág.12)
Acompanhe a história das especialidades médicas a cada edição do JC
GERAL (JC pág. 13)
Acompanhe a participação do Cremesp em eventos relevantes para a classe
ALERTA ÉTICO (JC pág.14)
A ética no preenchimento do prontuário médico, segundo Parecer Consulta do Cremesp
PESC (JC pág. 15)
Iniciativa leva informações sobre temas de saúde a comunidades da periferia
GALERIA DE FOTOS
BIOÉTICA (JC pág. 5)
Síntese dos temas abordados no Simpósio de Bioética Hospitalar, realizado no final de maio
BIOÉTICA HOSPITALAR
Simpósio discute ampliação de comissões
Professor Hossne, Reinaldo Ayer, Gabriel Oselka e Vera Cristina durante simpósio
Um público estimado em mais de 150 pessoas participou do Simpósio de Bioética Hospitalar, organizado pelo Cremesp em parceria com a Sociedade de Bioética de São Paulo e com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que sediou o evento, no dia 29 de maio.
Durante toda a manhã, a plateia pôde acompanhar palestras e discussões, cujo foco central se voltou a temas bioéticos presentes no dia a dia das Comissões de Bioética Hospitalar. O objetivo principal do encontro foi iniciar a discussão sobre a constituição – e/ou a ampliação do número – de comissões de Bioética Hospitalar em São Paulo. “Essa ideia não é exatamente nova, considerando-se que já existem bons exemplos do gênero, como acontece no Hospital Oswaldo Cruz”, ressaltou o conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador da Câmara Técnica Interdisciplinar de Bioética do Conselho e presidente da Sociedade de Bioética de São Paulo, além de coordenador do Simpósio, juntamente com Janice Caron, coordenadora da Comissão de Bioética Hospitalar da instituição.
Bases da Bioética
O ciclo de palestras começou com um percurso pelo universo da Ética e da Bioética e suas bases, conduzido por William Saad Hossne, professor emérito da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp e coordenador do curso de pós-graduação/mestrado em Bioética do Centro Universitário São Camilo.
Hossne abordou especificamente os desafios das Comissões de Bioética Hospitalar, entre os quais o que diz respeito ao fato de o paciente deixar de citar o médico como a principal referência no atendimento, substituindo-o pela instituição onde faz seu acompanhamento. “Hoje, em vez de dizer o nome do médico, fala-se ‘sou paciente do Einsten (Hospital Israelita Albert Einstein) ou Incor (Instituto do Coração/HC)’”, afirmou o professor. Por isso, ele acredita que uma atitude ética por parte de gestores, diretores e profissionais de instituições hospitalares é essencial.
Terminalidade da Vida
Outro tema discutido – bastante recorrente em meio aos questionamentos encaminhados a tais comissões – foi a Terminalidade da Vida, defendido por Gabriel Oselka, coordenador do Centro de Bioética do Cremesp. Segundo ele, médicos com determinadas linhas de pensamento desrespeitam o direito do paciente de não aceitar o prolongamento desnecessário da própria vida. “Parte dos profissionais considera isso como derrota pessoal; outra, que seu dever é fazer isso mesmo; mas a maioria, na verdade, parece recear sanções na justiça e nos Conselhos de Medicina”.
Dentro da mesma temática, Oselka citou a Resolução CFM Nº 1.805/2006 (temporariamente suspensa por decisão liminar da Justiça e que, entre outros pontos, permite ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal). “Nós, do Cremesp, temos a convicção de que quando o mérito da resolução for discutido em definitivo, a decisão será mudada”.
Também fizeram parte do corpo de palestrantes Toshio Chiba, coordenador geral do Ambulatório de Cuidados Paliativos do Instituto Central do Hospital das Clínicas, falando sobre Cuidado Paliativo, e Vera Cristina Weissheimer, capelã, professora e autora da série de livros Encontro com Deus, cujas palavras versaram em torno de Bioética e Espiritualidade. O simpósio encerrou-se com debate movimentado pelas perguntas da plateia.
“Em Bioética, há que se ser bom ‘violinista’, tem de saber tocar em orquestra. Não há lugar para solistas” - William Saad Hossne
“Há um número enorme de pacientes cujas vidas estão sendo prolongadas de maneira desnecessária, ainda que essa não tenha sido sua opção” - Gabriel Oselka
“Desejo que consigamos pensar na fé não como aquela que concorda com nossos dogmas, mas como a força que impulsiona nossos pacientes a lutarem pela própria saúde” - Vera Cristina Weissheimer
“Nas últimas décadas, o processo de morrer se prolongou de maneira exponencial. Sim, a morte é considerada hoje um processo, não um episódio” - Toshio Chiba
Divulgado plano de carreira, cargos e salários para médicos do SUS
Representantes do governo e de entidades médicas nacionais
O lançamento oficial do Plano-modelo de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) – elaborado, ao longo de dois anos, numa parceria entre Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Associação Brasileira de Medicina (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Fundação Getúlio Vargas (FGV) – foi realizado no dia 3 de junho, na sede da Fenam, no Rio de Janeiro.
A apresentação foi feita para dirigentes de diversas entidades médicas, entre elas o Cremesp, representado pelo vice-presidente, Renato Azevedo Júnior, e pelo diretor 1º secretário, João Ladislau Rosa. “Agora os médicos têm um parâmetro para lutar junto aos governos federal, estadual e municipal, para a implantação de um plano de carreira aos profissionais que trabalham no SUS, que até então não existia”, enfatizou Azevedo.
Além de nortear os médicos de todo o Brasil na reivindicação por planos de carreira e adequada remuneração não baseada em gratificações, pela primeira vez os profissionais da área médica têm uma proposta única do PCCV, estabelecida pelas três entidades médicas nacionais, especificadamente para o Sistema Único de Saúde (SUS), mas que poderá ser adaptada para a iniciativa privada.
Compuseram a mesa a representante do Ministério da Saúde, Eliane Pontes de Mendonça; o conselheiro do CFM, Aloísio Tibiriçá Miranda; o diretor da AMB, Ernesto Mayer; e o coordenador do projeto do PCCV na Fenam, Waldir Cardoso.