CAPA
PONTO DE PARTIDA (PÁG. 1)
Cremesp 60 anos: Medicina ética e decisões históricas
ENTREVISTA (PÁG. 4)
Nelson Guimarães Proença
CRÔNICA (PÁG. 12)
O mundo correu tanto que parou
HISTÓRIA (PÁG. 14)
Defesa da ética médica e vanguardismo
REPERCUSSÃO (PÁG. 34)
O que significa o Cremesp?
EM FOCO (PÁG. 36)
Perfil do médico paulista está em transformação
COMUNICAÇÃO (PÁG. 38)
Comunicação
CULTURA (PÁG. 41)
A Medicina nas obras de Tide Hellmeister,o mestre da colagem
FUTURO
Os próximos 60 anos
FOTOPOESIA (PÁG. 48)
Fotopoesia
GALERIA DE FOTOS
CULTURA (PÁG. 41)
A Medicina nas obras de Tide Hellmeister,o mestre da colagem
A Medicina nas obras de
Tide Hellmeister, o mestre da colagem
Na história do Cremesp, a arte também teve seu espaço, representada pela coleção de obras do premiado artista gráfico, artista plástico e ilustrador,Tide Hellmeister (1942- 2008), com alusões à Medicina. Adquiridos pelo Cremesp em 2001 e expostos em alguns ambientes de sua sede principal, os quadros retratam Hipócrates e outros ícones da Medicina, além de estetoscópio e detalhes do corpo humano, principalmente as mãos, que, segundo dizia Hellmeister, representam o amparo e a ajuda que os pacientes esperam dos médicos.
Considerado um dos maiores artistas brasileiros na técnica de colagem, ele usava em seus trabalhos materiais como madeira, letras tipográficas e caligrafia, retalhos de papel, fotos, tinta acrílica e pastel. Além de quadros, fazia ilustrações, capas de discos, projetos gráficos e diagramação de jornais e revistas, entre os quais o Jornal do Cremesp, de 1997 a 2002. Colaborou, também, com os principais jornais paulistas, como O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, e participou da equipe que criou o então revolucionário projeto gráfico do Jornal da Tarde, em 1966.
“Estas duas coisas sempre andaram juntas, tanto o meu lado gráfico quanto meu lado plástico, são irmãos gêmeos”, disse o artista certa vez, durante palestra realizada em Florianópolis. “Quando você está fazendo um trabalho gráfico, não pode deixar de lado o plástico, a arte, essencialmente – é tudo uma coisa só”, afirmou.
Exposição
O Sesc Bom Retiro, na cidade de São Paulo, exibiu, de julho a outubro deste ano, a mostra Tide: Cota Zero, levando ao público seu universo de colagens, projetos de livros e criações feitas para jornais e revistas em seu período de formação, nas décadas de 60 e 70.
“No começo da década de 80, o estilo dele mudou um pouco, entra em um universo mais rococó, barroco, cheio de intervenções de caligrafias, fundos, pinturas. E esta (N.R.: a fase da mostra no Sesc Bom Retiro) era uma fase anterior, em que ele trabalhava muito com os brancos e que também foi o começo da carreira dele como artista gráfico”, observou o filho do artista e coordenador da exposição, André Hellmeister, em entrevista à revista Bravo.
Biografia
Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural, ele começou sua vida profissional aos 17 anos, como assistente do pintor e cenógrafo Cyro Del Nero na TV Excelsior, após ter estudado brevemente desenho e pintura com o gravador, ilustrador, desenhista e pintor João Suzuki. Em seguida, colaborou na editora Massao Ohno e na gravadora RCA Victor, fazendo capas de livros e discos.
Mostrou suas colagens pela primeira vez em 1963, na 1ª Exposição de Poesia Ilustrada, em São Paulo e pouco tempo depois foi premiado na Bienal do Livro do México e recebeu o prêmio Leo, da Argentina, como capista de disco. Em 1973, foi escolhido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como o melhor artista gráfico paulista.
Nos anos seguintes, foi diretor e consultor de arte da Editora Abril e ilustrou também, durante sete anos, a coluna semanal do jornalista Paulo Francis no jornal O Estado de S. Paulo. A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresentou, em 2000, uma exposição de seu trabalho denominada Colagens: uma aventura tipo-gráfica, também premiada pela APCA.
Tide lançou vários livros, como Desnudamentos, As Coisas que Não Fiz, Capitular Collage e Times Collage: um Tipo Clássico Revisitado. O livro sobre seu trabalho Tide Hellmeister, Inquieta Colagem foi lançado dois anos antes de seu falecimento, em 2008, aos 66 anos, em decorrência de complicações cardíacas.