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Trindade, o conflito da Irlanda em romance


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Edição 23 - Abril/Maio/Junho de 2003

LIVRO DE CABECEIRA

Trindade, o conflito da Irlanda em romance

Trindade, o conflito da Irlanda em romance

Quando um Parlamento decide que nenhum católico pode possuir terras, nem votar, exercer cargos públicos, ser funcionário estatal, portar armas, ter bens superiores a cinco libras, ser educado no estrangeiro ou exercer profissões liberais, entre outras restrições, é possível começar a entender uma parte da revolta dos católicos que viviam na Irlanda nos séculos XVIII e XIX. Esse código penal foi revogado mais tarde, mas as seqüelas permanecem gravadas no subconsciente dos irlandeses até hoje.

Este romance, do mesmo autor de Exodus, confunde-se com a própria história da Irlanda. Apesar de ter sido escrito há mais de 25 anos, o livro é muito atual. Leon Uris inicia a narrativa nos meados do século XIX, quando a Grande Fome assolou o país, principalmente Ulster – região dos condados do norte da Irlanda –, causada pela podridão das batatas, monocultura de sobrevivência para os irlandeses católicos. Deus abandonou a Irlanda em 1846. A praga atacou em anos seguintes também. Mais de um milhão de irlandeses morreram. Os ingleses fizeram de tudo para dificultar ainda mais a vida dos irlandeses católicos, no intuito de proteger seus próprios interesses na Irlanda. Houve muita crueldade, além de pouco caso por parte das autoridades britânicas. Os católicos que puderam, juntaram suas parcas economias e emigraram para outros países, geralmente de língua inglesa (a própria Inglaterra, assim como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Austrália).

Descreve-se o conflito e a luta da Irlanda para conquistar a independência. É a história de católicos menosprezados e de magnatas protegidos pela Coroa Britânica. Um jovem católico rebelde, uma garota protestante corajosa e um aristocrata anglicano arrogante são alguns dos personagens entremeados nes-se romance histórico. A nítida diferença entre a classe trabalhadora católica de baixa renda e os abastados da oligarquia dominante é uma abordagem constante do autor.

O livro termina com o Levante na segunda-feira após a Páscoa de 1916, quando foi criada uma declaração de independência. Os líderes da revolta foram condenados à morte por um tribunal secreto e fuzilados. Com aquelas execuções, o povo irlandês sentiu-se mais ultrajado do que nunca, e o levante converteu-se na derrota mais gloriosa da Irlanda.

Cinco anos mais tarde, em dezembro de 1921, com a exceção de seis dos condados de Ulster (Antrim, Down, Armagh, Londonderry, Tyrone e Fermanagh), onde há predomínio de protestantes anglicanos e presbiterianos, os irlandeses obtiveram sua independência, incluindo três condados do norte (Monaghan, Cavan e Do-ne-gal), formando a República da Irlanda (Eire), cuja capital é Dublin. Ulster, ou seja, a Irlanda do Norte, cuja capital é Belfast, permanece nas mãos dos britânicos até hoje.

Qualquer leitor, quando findar o livro, não será mais o mesmo. Além de vislumbrar com maior clareza a causa irlandesa, compreenderá por que mesmo hoje os britânicos não conseguem controlar a minoria católica da Irlanda do Norte, a qual reivindica independência também.

Nas palavras de Leon Uris: “A república acabou surgindo, mas as mágoas e os problemas nunca abandonaram aquela terra trágica e maravilhosa. Pois, veja você, na Irlanda não há futuro, apenas o passado ocorrendo indefinidamente”.

“Trindade/O Romance da Irlanda”
Autor: Leon Uris
Editora: Record

* Walter Whitton Harris é ortopedista, membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé, da Regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores e da Academia Brasileira de Médicos Escritores.


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