CAPA
PONTO DE PARTIDA (pág.1)
João Ladislau Rosa - Presidente
ENTREVISTA (págs.4 a 9)
Adriane Fugh-Berman
CRÔNICA (págs.10 a 11)
Sady Ribeiro*
EM FOCO (págs. 12 a 15)
História da Telemedicina no SUS
ESPECIAL (págs. 16 a 21)
Hospitais verdes
MÉDICOS NO MUNDO (págs. 22 a 26)
O atendimento no acampamento de refugiados em Dagahaley (Quênia)
CONJUNTURA (págs. 27 a 28)
Álcool e direção: dupla perigosa
HISTÓRIA DA MEDICINA (págs. 29 a 31)
Primeiros médicos no Brasil
GIRAMUNDO (pág. 32 a 33)
Curiosidades interessantes
PONTO COM (pág. 34 a 35)
Informações do mundo digital
SINTONIA (pág. 36 a 37)
Números na Saúde
HOBBY (pág. 38 a 41)
Xadrez
CULTURA (págs. 42 a 46)
Museu da Cidade de São Paulo
CARTAS & NOTAS (pág. 47)
LEITORES
FOTOPOESIA (pág.48)
Alvaro Posselt
GALERIA DE FOTOS
CULTURA (págs. 42 a 46)
Museu da Cidade de São Paulo
Cuidando do que restou
Museu da Cidade de São Paulo preserva edifícios e espaços históricos
Capela do Morumbi
Completamente desfigurada por uma ocupação urbana caótica e prédios, muitas vezes de gosto duvidoso, a cidade de São Paulo teve sua arquitetura histórica praticamente arrasada. Por isso mesmo, o pouco que restou deve ser olhado e cuidado com carinho. Este é o objetivo do Museu da Cidade de São Paulo – que reúne 13 edifícios e espaços que contam uma parte da história da capital paulista – administrado pelo Departamento do Patrimônio Histórico Municipal.
É um museu atípico, já que está espalhado por diferentes regiões da cidade. Muitos, inclusive, passam despercebidos pela população, em meio à correria cotidiana. Alguns desses patrimônios históricos, como a Casa do Tatuapé, preservam antigas técnicas de construção, como a taipa de pilão, que consiste na compactação do barro com o auxílio de formas e pilões.
As casas históricas guardam, também, a memória dos costumes paulistanos e mostram como viviam os habitantes daquela época. Os personagens são variados: aristocratas, cidadãos-comuns, sertanistas, imigrantes, entre outros. Confira, a seguir, alguns desses patrimônios.
Solar da Marquesa de Santos
O Solar da Marquesa de Santos é um dos raros exemplares de residência urbana do século 18, localizado na Rua Roberto Simonsen, nº 136-A, no Centro da capital paulista. No casarão, contornado por várias portas e janelas, habitou, entre 1834 e 1867, Domitila de Castro Canto Melo, a marquesa de Santos. Ela adquiriu o imóvel da herdeira do brigadeiro José Joaquim Pinto de Morais. A partir de então, tornaram-se famosas as festas no local, que passou a ser conhecido como Palacete do Carmo, uma das residências mais aristocráticas de São Paulo.
De cima para baixo: Beco do Pinto, Casa da Imagem e exposição no Solar da Marquesa de Santos
Em 1880, a Mitra Diocesana arrematou o imóvel em leilão, transformando-o em palácio episcopal. Nesse momento, foram acrescentadas características neoclássicas à fachada principal. Já em 1909, a The São Paulo Gaz Company instalou o seu escritório no local. Várias modificações e ampliações foram realizadas, descaracterizando o projeto original do casarão. Somente em 1991, o imóvel passou a ser restaurado, porém, como não seria possível fazer isso a partir de apenas um estágio específico da construção do Solar, o objetivo foi valorizar as várias etapas pelas quais ele passou.
Beco do Pinto
Localizado entre o Solar da Marquesa de Santos e a Casa da Imagem, o Beco do Pinto, conhecido também como Beco do Colégio, era uma passagem utilizada na São Paulo colonial, que ligava o Largo da Sé à várzea do rio Tamanduateí. O nome do local faz referência ao sobrenome de um dos antigos moradores do Solar, o brigadeiro José Joaquim Pinto de Moraes Leme. Cidadão polêmico, ele conseguiu criar desavenças com os vizinhos e a municipalidade por ter, em 1821, fechado o acesso ao Beco. Em 1826, a passagem foi reaberta e nomeada pela Câmara Municipal de São Paulo como Beco do Colégio. Mas quando a Marquesa de Santos comprou o Solar, conseguiu o direito de fechar novamente a passagem. O Beco só perdeu a sua função em 1912, após a abertura da ladeira do Carmo, atual avenida Rangel Pestana. Atualmente, ele é destinado a abrigar projetos de artistas contemporâneos, realizados especialmente para o espaço.
De cima para baixo: Sítio da Ressaca, Sítio Morrinhos e Casa Modernista; Monumento à Independência, Casa do Grito (fachada e interior) e
Casa do Sertanista
Casa da Imagem
Além de preservar a memória das técnicas construtivas da cidade, a Casa da Imagem, ou Casa nº 1 – nomeação recebida na época de sua construção – abriga o acervo iconográfico da capital paulista. São cerca de 710 mil fotografias que mostram a evolução e a memória da história de São Paulo. Destas, 130 mil foram digitalizadas e estão disponíveis no banco de dados da instituição (www.casadaimagem.sp.gov.br). A casa está aberta ao público, gratuitamente, de terça a domingo, das 9 às 17 horas, e oferece serviços educativos.
Casa Modernista
Construído em 1927, o imóvel, projetado pelo arquiteto russo Gregori Warchavichik – influenciado pelos movimentos modernistas europeus e brasileiros –, é considerado a primeira obra de arquitetura moderna no Brasil. A residência, onde morava Warchavichik e sua esposa Mina Kablin, gerou impacto nos círculos intelectuais e na opinião pública devido à nova proposta estética. Na época, a população era acostumada ao estilo belle époque. Para obter a aprovação da prefeitura, o arquiteto chegou a apresentar uma fachada ornamentada, porém, ao concluir a obra, alegou não ter recursos para construí-la.
A família residiu na casa até meados dos anos 70. Em 1983, uma construtora queria implantar um condomínio residencial na área, porém foi impedida pela população, que se mobilizou e criou a Associação Pró-Parque Modernista. No ano seguinte, o imóvel foi tombado, iniciativa que inviabilizou o empreendimento. Os proprietários entraram na Justiça e a prefeitura foi obrigada a comprar o imóvel, restaurando-o e integrando-o ao Museu da Cidade de São Paulo. No local, são promovidas atividades educativas aos visitantes.
Monumento à Independência
Inaugurado em 1922, o Monumento à Independência foi criado como parte das comemorações do centenário da emancipação política do Brasil. O projeto foi escolhido pelo governo do Estado em um concurso que contou com a participação de artistas brasileiros e estrangeiros. O vencedor foi o artista italiano Ettore Ximenes, que não teve aprovação unânime da comissão julgadora. Alguns de seus integrantes estranharam a ausência de elementos mais representativos do fato histórico brasileiro. O projeto de Ximenes foi alterado e outras personalidades e episódios históricos foram incluídos na obra. Em 1953, começou a ser construída no interior do monumento a cripta onde estão depositados os despojos da imperatriz Leopoldina, do imperador D. Pedro 1º, e da segunda imperatriz do Brasil, D. Amélia.
Outros patrimônios
Além desses locais, o Museu da Cidade reúne também a Casa do Tatuapé, a Casa do Bandeirante, a Casa do Sertanista, o Sítio da Ressaca, o Sítio Morrinhos, a Capela do Morumbi, a Casa do Grito, a Casa Modernista da Rua Santa Cruz e a Chácara Lane.
Para conhecer mais sobre o museu e informar-se sobre as exposições e eventos culturais realizados pela instituição, acesse o site: www.museudacidade.sp.gov.br.
Casa do Tatuapé
(Colaborou: Wellington Monteiro)