CAPA
EDITORIAL
Entre os destaques desta edição, um debate sobre a política de redução de danos
ENTREVISTA
Entrevista especial com Adib Jatene, diretor do HCor e membro do conselho do MASP
CRÔNICA
A crônica da vez é de autoria de Max Nunes, médico e um dos maiores nomes do humorismo brasileiro
MEIO AMBIENTE
De planeta água não temos mais nada. Ele está se transformando num enorme deserto...
CONJUNTURA
Um raio X da vocação médica mostra que a escolha vem desde muito cedo
DEBATE
Em discussão a estratégia de saúde que distribui seringas a usuários de drogas injetáveis
HISTÓRIA DA MEDICINA
Visite conosco a Capela da Sta Casa de Misericórdia de Mauá: atração cultural e turística da cidade
SINTONIA
Ludwig Van Beethoven sob o prisma de José Marques Filho, conselheiro do Cremesp
CULTURA
No interior de São Paulo, conservatório abre as portas para verdadeiros talentos da música
HOBBIE DE MÉDICO
Médicos também são apaixonados por carros... antigos!
GOURMET
As cozinhas estão sendo ocupadas pelos homens... É sinal de pratos muuuito saborosos!
TURISMO
Venha conosco conhecer a natureza preservada, a fauna e a flora das ilhas Galápagos
ACONTECE
Cirque du Soleil: enfim chega ao Brasil o espetáculo Saltimbanco. E você acha que a Ser Médico ia perder?
LIVRO DE CABECEIRA
Você já leu "O Caçador de Pipas", do médico Khaled Hosseini? Não sabe o que está perdendo...
POESIA
José Martins Fontes, poeta, médico e jornalista finaliza com chave de ouro esta Edição
GALERIA DE FOTOS
GOURMET
As cozinhas estão sendo ocupadas pelos homens... É sinal de pratos muuuito saborosos!
Dottore in cucina
Pediatra transforma parte de sua garagem no bairro da Mooca em cantinho gastronômico com forno à lenha
Numa típica família italiana, a cozinha é uma espécie de templo sagrado de reunião em volta da távola. As refeições propiciam momentos de encontro para uma boa conversa, para cantarolar “Sole mio”, “Funiculli Funiculla” e, claro, apreciar a deliciosa gastronomia da nonna ou da mamma. Mas esse estereótipo está mudando e, cada vez mais, os nonnos e papàs revelam-se excelentes gourmets. Vindo de uma família de imigrantes do sul da Itália, o pediatra Nicola Cociolito, de 52 anos, é um típico exemplar desse homem moderno que adora ocupar a cucina, onde prepara deliciosos pratos como pretexto para reunir la famiglia i tutti il amicci. Ele transformou parte de sua garagem, logo na entrada da casa, em um recanto acolhedor com forno à lenha, churrasqueira e uma mesa com seis cadeiras, além de um balcão com bancos. Não por coincidência o cantinho foi batizado de Villa Cociolito, já que o sobrenome de Nicola significa casa em italiano.
Morador do bairro da Mooca, reduto de imigrantes italianos na Capital, o médico recebeu a equipe de reportagem da Ser Médico nesse espaço molto particolare. O agradável cheirinho de lenha, que já queimava no forno, impregnava o ambiente. Na Villa Cociolito, decorada com motivos italianos, a família do médico costuma reunir amigos para degustação de pizzas, massas e peixes, entre outras maravilhas. Casado há 40 anos com sua namorada da adolescência, Cociolito tem três filhos – uma biomédica de 25 anos, um estudante de Engenharia de 22 e a caçula de 20 anos que cursa Direito. Em breve o pediatra passará a ser o nonno da cucina. Sua filha mais velha espera um bebê para novembro deste ano.
Pós-graduado em Administração Hospitalar, Medicina do Trabalho e Saúde Pública, Nicola exerceu cargos técnicos e administrativos na rede de saúde da Prefeitura de São Paulo durante algumas gestões. Atualmente é delegado regional do Cremesp, além de atender em ambulatório de clínica particular. A habilidade em cozinhar vem de berço. “É algo muito presente na vida da minha família”. Foi na época da faculdade que ele começou a aprimorar suas incursões à cozinha. “Sempre comia as mesmas coisas, até que comecei a telefonar a minha mãe e pedir novas receitas para fazer aos domingos”. Para ele, o ato de cozinhar é terapêutico e repõe as energias. Massa é a sua especialidade. O médico gaba-se de ser um excelente pizzaiollo e diz que sabe produzir 17 receitas diferentes de espaguete. “A comida napolitana é muito simples. Com exceção de um molho de carnes, chamado ragú, que deve ficar de sete a oito horas no fogo, quase todo o resto é feito em cerca de 20 minutos”, revela.
Para esta edição da Ser Médico, nosso gourmet preparou uma tainha assada com farofa de camarão e espaguete com frutos do mar. As duas receitas podem ser complementares ou servidas como prato único. Cociolito só compra os ingredientes que utiliza no Mercado Municipal, centro de São Paulo. “Hoje muita gente vai a esse antigo mercado para fazer turismo, mas na minha família essa é uma tradição de muitos anos”, afirma.
Espaguete com frutos do mar
Ingredientes
1 pacote de espaguete (grano duro)
2 kgs de tomates italianos frescos ou 3 latas de tomates sem casca
100 mls de azeite de oliva
½ kg de camarão sete barbas frescos e limpos
½ kg de lulas em anéis
½ kg de mexilhões sem casca
4 dentes de alho picados
1 colher rasa de café de extrato de tomate
2 colheres de sopa de salsinha picada pimenta vermelha e
sal a gosto
Preparo
Aqueça o azeite em fogo baixo, frite o alho até dourar, despeje o extrato de tomate no azeite e mexa sem deixar queimar, até obter uma mistura homogênea. Coloque os tomates sem sementes para cozinhar em fogo baixo até que se desmanchem completamente. Depois adicione as lulas, os camarões e os mexilhões. Deixe apurar por aproximadamente 35 minutos. Coloque o sal e pimenta a gosto. No final, junte a salsinha.
Dicas do doutor:
Prepare o molho com algumas horas de antecedência para apurar o sabor. Cozinhe o macarrão al dente em água fervente e salgada.
Tainha com farofa de camarão
Ingredientes
1 tainha média (1 ½ a 2 kg)
½ kg de camarão sete barbas fresco
250 grs de farinha de milho amarela
½ kg de tomate maduro tipo italiano picado (sem o miolo e as sementes)
2 dentes grandes de alho
½ xícara de azeitonas sem caroço
1 colher de salsinha picada 100 mls de azeite
1 colher de sobremesa de massa de tomate sal e pimenta vermelha a gosto
Preparo
Abra a tainha pelas costas e retire as espinhas (se o peixeiro for de confiança, peça para ele fazer essa parte). Tempere o peixe com sal, alho e salsa. Reserve. Numa panela coloque o azeite e o alho picados para dourar. Em seguida adicione a massa de tomate e frite sem deixar queimar. Pique os tomates grandes sem as sementes. Quando os tomates estiverem desfeitos, acrescente os camarões, a azeitona, a salsa, a pimenta e o sal. Depois de 20 minutos de cozimento, coloque a farinha de milho amarela para engrossar. Recheie a tainha reservada, costure a abertura com linha normal e agulha torta . Para fechar melhor, transpasse palitos de espetinho entre as duas bordas. Leve ao forno tradicional ou à lenha por aproximadamente 40 minutos a 180 graus. Sirva quente.
Colaborou, Vanessa Miano