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Entre os destaques desta edição, um debate sobre a política de redução de danos


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Entrevista especial com Adib Jatene, diretor do HCor e membro do conselho do MASP


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A crônica da vez é de autoria de Max Nunes, médico e um dos maiores nomes do humorismo brasileiro


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De planeta água não temos mais nada. Ele está se transformando num enorme deserto...


CONJUNTURA
Um raio X da vocação médica mostra que a escolha vem desde muito cedo


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Em discussão a estratégia de saúde que distribui seringas a usuários de drogas injetáveis


HISTÓRIA DA MEDICINA
Visite conosco a Capela da Sta Casa de Misericórdia de Mauá: atração cultural e turística da cidade


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Ludwig Van Beethoven sob o prisma de José Marques Filho, conselheiro do Cremesp


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No interior de São Paulo, conservatório abre as portas para verdadeiros talentos da música


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As cozinhas estão sendo ocupadas pelos homens... É sinal de pratos muuuito saborosos!


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Venha conosco conhecer a natureza preservada, a fauna e a flora das ilhas Galápagos


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Cirque du Soleil: enfim chega ao Brasil o espetáculo Saltimbanco. E você acha que a Ser Médico ia perder?


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POESIA
José Martins Fontes, poeta, médico e jornalista finaliza com chave de ouro esta Edição


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Edição 36 - Julho/Agosto/Setembro de 2006

HISTÓRIA DA MEDICINA

Visite conosco a Capela da Sta Casa de Misericórdia de Mauá: atração cultural e turística da cidade

O tesouro da Santa Casa de Mauá 

A capela da Santa Casa de Mauá tem afrescos de importante pintor refugiado no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Pintura do teto central está protegida por andaime para não desabar 

A Capela da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mauá guarda um verdadeiro tesouro. São 23 afrescos do artista plástico romeno – naturalizado brasileiro – Emeric Marcier, refugiado no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial (1940-1946). Os painéis ocupam todas as paredes e o teto da capela, trabalho que levou dois anos para ser concluído. Ele começou a pintar em 1943. Desgastadas, as obras precisam de restauração, mas a direção do hospital não tem todo o dinheiro necessário para o trabalho.   

Emeric Marcier nasceu em 1916, em Cluj, fronteira com a Hungria. Concluiu os estudos na Escola de Belas Artes Brera, de Milão, em 1938. Veio ao Brasil no início da década de 40, casando-se com a filha de um brigadeiro. De acordo com o livro autobiográfico Deportado para a Vida, residia no Rio de Janeiro havia três anos quando foi convidado a decorar a igrejinha. Em princípio recusou a proposta de trabalhar gratuitamente para os padres. Casado e com dois filhos, a arte era seu sustento. Um tempo depois decidiu aceitar. Uma das condições impostas foi a retirada dos vitrais da capela para que houvesse mais espaço para os painéis. Marcier pintava dia e noite, mas preferia o trabalho noturno, iluminado apenas por velas.  

No conjunto de afrescos, o artista representou passagens bíblicas, entre elas, a ascensão de Jesus Cristo, a torre de Babel, os sacrifícios ao bezerro de ouro e a divisão do Mar Vermelho. Harry Horst Walendy Filho, provedor da Santa Casa mauense, chama a atenção para o painel da torre de Babel, com aviões cruzando o céu. “É uma clara referência à guerra, que causou grande impacto na vida de Marcier”, diz.   

A artista plástica – formada em história da arte – Rosa Maria Galvão da Paz afirma que o conjunto de afrescos é raro e singular. “Emeric retrata bombardeios junto ao antigo testamento, misturando estilos”, analisa a professora. “Ele foi um grande muralista, conceituado e reconhecido internacionalmente. Em matéria de murais, uma capela inteira do Emeric, a de Mauá, deve ser a única, arrisca. Alguns dos afrescos foram pintados a óleo, outros em têmpera. “Ele misturou técnicas e usou o que tinha à mão, resultando em uma maneira moderna de pintar para a época. Mercier precisava extravasar o que sentia, pois vivia escondido, acuado, não sabia para onde ir”, diz Rosa Maria.  

Após a guerra e com o início da ditadura brasileira, Marcier dividiu-se entre Brasil e França. Em 1990 ele faleceu em Paris, aos 94 anos.      

Entre as histórias que Harry Filho já ouviu sobre o pintor uma refere-se às fortes imagens de enforcamento, urubus  e esqueletos no fogo do inferno dos afrescos. Os religiosos teriam pedido para ele refazer essa parte, retirando o aspecto soturno da cena, mas o artista não aceitou a interferência.   

Imagem de Jesus está caindo 

A capela passou por um processo de recuperação que durou oito meses em 1995, realizado pelo restaurador Márcio Leitão. Na época, o profissional colocou uma solução hidrofugante, criando uma espécie de folha plástica sobre as pinturas. Mas o prédio está deteriorado e com infiltrações que comprometem as obras de arte. A tela de metal com a figura de Jesus Cristo que fica no teto é sustentada por um andaime para não desabar. A restauração dessa parte mais urgente, foi orçada em 38 mil reais e pode durar cerca de seis meses. A diretoria da Santa Casa tenta obter patrocínio da mesma forma que em 1995, ocasião em que algumas empresas e a prefeitura de Mauá dividiram o custo de 150 mil reais para a recuperação da capela.  

A capela é uma atração cultural e turística da cidade.  As visitas podem ser agendadas pelo telefone (11) 4513-1818, ramal 233. Há monitoria da Secretaria Municipal de Cultura e da própria Santa Casa. Todas as quintas-feiras às 15 horas é realizada a missa aos enfermos, aberta ao público. Segundo o provedor Harry Walendy, Marcier dizia que a capela não tinha arquitetura. Mas o complexo da Santa Casa é um dos poucos exemplares com influência da arquitetura gótica na cidade. “A nossa capela é a mais bonita de todas as Santas Casas”, gaba-se o diretor administrativo Edinaldo dos Reis.

(Colaborou, Rosangela Silva)


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