CAPA
PONTO DE PARTIDA
A classe médica, sensibilizada com a tragédia ocorrida na Ásia em janeiro, ofereceu pronta ajuda às vítimas do tsunami
ENTREVISTA
Silvia Brandalise - Centro Infantil Boldrini
CRÔNICA
Ricardo Freire - Médica de família
SINTONIA
Márcia Rocha Monteiro
CONJUNTURA
Renato Ferreira da Silva e o aumento no número de transplantes no Brasil
BIOÉTICA
Em debate a escolha do sexo dos bebês por métodos de reprodução assistida
POLÍTICA DE SAÚDE
Henrique S. Francé e o Programa de Saúde da Família
COM A PALAVRA
Marivânia Santos: o exercício da Medicina numa plataforma móvel da Petrobrás
MÉDICO EM FOCO
Michel Jamra, o médico que transformou a Hematologia em disciplina na Universidade
HISTÓRIA DA MEDICINA
O bastão de Asclépio, símbolo da Medicina
GOURMET
Bacalhau de Paellera, de Ivan Guidolin Veiga
CULTURA
O Museu da Loucura de Barbacena retrata primeiro Hospital Psiquiátrico de Minas Gerais
LIVRO DE CABECEIRA
O destaque desta edição é "Status Syndrome", de Michael Marmot
GALERIA DE FOTOS
PONTO DE PARTIDA
A classe médica, sensibilizada com a tragédia ocorrida na Ásia em janeiro, ofereceu pronta ajuda às vítimas do tsunami
PONTO DE PARTIDA
Terminamos o ano de 2004, infelizmente, abalados pelo maremoto que vitimou mais de 260 mil pessoas na Ásia. Todos os cidadãos do planeta sentiram-se pequenos diante da fúria da natureza. O ano de 2005 começou colocando à prova a solidariedade humana. As ações dos governos, organizações e voluntários foram generosas e continuam sendo vitais para a sobrevivência dos povos atingidos.
Nesse momento de dor e sofrimento estávamos fazendo o rodízio de diretoria no Cremesp. Passei a responder pela presidência, sucedendo ao pediatra e conselheiro Clóvis Francisco Constantino, que cumpriu um exemplar mandato de 15 meses à frente desta Casa. Nós do Conselho buscamos colaborar, desde o primeiro momento, modestamente e dentro de nossas possibilidades. Em conjunto com as entidades médicas estaduais, iniciamos uma campanha para arrecadar materiais de primeiros-socorros, roupas e alimentos. Também cadastramos médicos voluntários a prestar atendimento na Ásia, disponibilizando essa lista a órgãos nacionais e internacionais. A solidariedade dos colegas médicos, que prontamente ofereceram todo tipo de ajuda, foi impressionante.
Parte dos donativos já seguiu para ao seu destino, a Ásia. O diretor geral do Programa de Desastres da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Jean Luc Poncelet, respondeu nossa carta informando que, especificamente para o caso do tsunami, a colaboração de médicos não era necessária no momento. “A iniciativa dos médicos de São Paulo é louvável e pode contribuir para melhorar a assistência médica da população de seu próprio Estado e país e, também, para fortalecer a cooperação entre países em casos de desastres, usando os canais e procedimentos já estabelecidos”, destacou Poncelet .
A idéia do diretor da Opas e a disposição dos médicos em ajudar voluntariosamente nos motivaram a criar uma Comissão de Médicos Voluntários para Atendimento a Catástrofes. Em geral, os médicos já inscritos são experientes e capacitados para ajudar em tragédias. Poderão ser redirecionados, se assim desejarem, a essa nova ação voluntária no Brasil e no exterior. Apuramos que a idade média dos inscritos na força voluntária foi de 46 anos. Mas, nas duas pontas, tivemos a inscrição de um colega de 70 anos e de um jovem médico prestes a completar 24 anos. A lição de generosidade dos colegas é um estímulo para os muitos desafios que temos pela frente em 2005. Também nos faz acreditar que um mundo melhor é possível.
Isac Jorge Filho
Presidente do Cremesp