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Edição 89 - Outubro// de 2019

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Turismo

Terra do fogo e do gelo

* Por Alessandra Ayan

Localizada a meio caminho entre a América do Norte e a Europa, a Islândia é uma ilha de quase 340 mil habitantes, paisagens des- lumbrantes, altíssimos índices de desenvolvimento social e ambiental, e já foi eleita, algumas vezes, o país mais feliz do mundo.

Lá, também, encontramos uma série de curiosidades que nos fazem questionar se o país realmente faz parte desse planeta. As paisagens são surreais: águas termais, lavas, pedras, gelo, cachoeiras, aurora boreal, lugares inóspitos e condições extremas, em uma área relativamente pequena. Para descobrir seus encantos, em setembro de 2018, fiz uma road trip pela ilha – acompanhada pelo meu marido, também médico, Luiz Eduardo Diedrichs.

A capital, Reykjavik, tem pouco mais de 123 mil habitantes. O nome vem do islandês rejkja, literalmente "esfumaçado" ou "fumegante", referindo-se ao vapor de suas muitas fontes termais. Aliás, 100% da energia do país é proveniente daí, sendo, portanto, limpa e renovável. É uma cidade pequena, mas ao mesmo tempo vibrante e animada, heran- ça dos vikings.

Os vôos internacionais chegam no aeroporto de Kefavik, e a me- lhor forma de conhecer o país é alugando um carro. Não é barato, as condições climáticas mudam o tempo todo, muitas estradas permanecem fechadas, especial- mente durante o outono/inverno, devido à neve e ao vento, mas vale cada minuto contemplando a pai- sagem de tirar o fôlego.

Saindo da capital, as paisagens naturais com certeza são as atrações principais do país. Strokkuré, um géi- ser localizado no circuito turístico Golden Circle, de 300 km de extensão –, tem erupções a cada cin- co minutos e pode atingir até 20 m. O vulcão Kerid e sua cratera com lago azul cintilante também é uma atração imperdível na re- gião. Outro ponto icônico é a Lagoa Azul, uma gran- de piscina de água termal, com temperatura média de 38ºC. Além de gosto- sa para tomar um banho quente, tem um lindo vi- sual. A água tem uma co- loração bem azulada e é rodeada por rochas vulcânicas escuras. 

Não muito longe, está o Parque Nacional Thingvellir, considerado patrimônio da humanidade pela Unesco. Tem enorme importância histórica, pois foi lá que se esta- beleceu o primeiro parlamento viking, além de localizar-se entre as placas tectônicas da Europa e da América, que continuamente separam-se, formando a fenda de Silfra, localizada no lago Pingvallavatn, onde é possível mergu- lhar com cilindro ou snorkel nas águas gélidas entre 2ºC e 4ºC, que guardam visibilidade de nada me- nos que 100 m.

A Islândia também abriga ca- choeiras incríveis, como Gull- foss, a cachoeira de ouro; Sel- jalandsfoss é para mim a mais especial, pois, mesmo com o frio congelante, é possível ca- minhar por trás dela; Skógafoss, com toda a sua força, e a única Svartifoss, cercada por enormes colunas hexagonais e escuras de lava, alcançável após uma breve trilha. Mais ao sul, já em Vik, a experiência de caminhar sobre um vulcão ativo, Katla, e obser- var suas cavernas de gelo, foi sem dúvida um ponto alto da viagem. Um misto de êxtase e medo que fazem você eternizar aquela sensação. 

As praias são um espetáculo à parte. Reynisfjara é, talvez, a mais conhecida. Suas areias ne- gras rodeadas por grandes co- lunas de basalto compõem as paisagens mais especiais e dife- rentes da Islândia. Um dos luga- res mais incríveis é Jökulsárión, a praia dos diamantes, maior lago glacial do país, com vários ice- bergs desprendidos na água. É tanta beleza que a emoção trans- borda. Tudo ali, tão perto, que quase tocamos.

Já poderíamos parar por aí, mas não sem falarmos de um dos fenômenos mais incríveis que acontecem na região do Ártico entre os meses de setembro e abril: a aurora boreal. A vantagem de vê-la na Islândia é que não é preciso deslocar-se muito dos centros urbanos, ao contrário de outros países, como o Canadá e Noruega. É possível contemplar as "luzes do norte" nos arredores de Reykjavik. Assistir àquele espetáculo no céu é simplesmente indescritível. O balé das luzes é hipnotizante.

INFORMAÇÕES AO VIAJANTE

Línguas: islandês, mas o inglês é amplamente falado.

Moeda: coroa islandesa.

Visto: não é necessário.

Clima: subpolar oceânico.

Quando ir: o ano inteiro. Para ver aurora boreal, entre os meses de setembro e abril.

*Médica especialista em Clínica Médica e Endocrinologia


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