CAPA
EDITORIAL
Editorial de Desiré Callegari: Velhos problemas, novas esperanças
ENTREVISTA
Convidado especialíssimo desta edição: o redator médico Júlio Abramczyk
ATIVIDADES DO CREMESP 1
Programe-se p/o I Congresso de Bioética de Ribeirão Preto, entre 26 e 28/10
ATIVIDADES DO CREMESP 2
Em estudo, nova sede do Cremesp para driblar a falta de espaço
GERAL 1
As mudanças no currículo da Residência Médica propostas pelo MEC
EXAME
Nova avaliação experimental do ensino médico: 1ª etapa, 15/10; 2ª etapa, 05/11
ESPECIAL
Fórum sobre Terminalidade de Vida: a conduta médica voltada p/o paciente terminal
TRABALHO
Vale a pena ser pessoa jurídica e arcar com impostos e problemas na administração do negócio?
GERAL 2
Criado fórum multiprofissional p/acompanhar ações da Agência Nacional de Saúde
HISTÓRIA
Os 50 anos de história do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto
AGENDA
Destaques: a vista do superintendente do Iamspe e a Semana Acadêmica em Pouso Alegre (MG)
TOME NOTA
Alerta Ético: o que fazer quando o paciente omite ou mente?
NOTAS
Destaque p/o debate sobre a reforma do modelo de assistência em Saúde Mental
GALERIA DE FOTOS
EXAME
Nova avaliação experimental do ensino médico: 1ª etapa, 15/10; 2ª etapa, 05/11
Conselho promove nova avaliação do ensino médico
Estudantes de medicina poderão realizar a primeira etapa do exame em 18 cidades paulistas
Pelo segundo ano consecutivo o Cremesp irá promover a avaliação dos estudantes do sexto ano de medicina do Estado de São Paulo. A primeira etapa da prova acontece no dia 15 de outubro de 2006, um domingo, em todas as cidades que contam com cursos de medicina (veja relação abaixo). A segunda etapa irá acontecer no dia 5 de novembro de 2006, somente na Capital. As inscrições serão feitas no período de 6 de setembro a 4 de outubro.
Assim como em 2005, o exame será organizado pela Fundação Carlos Chagas, instituição com larga experiência em concursos públicos. A comissão encarregada da elaboração e aplicação do exame é coordenada pelo conselheiro Bráulio Luna Filho. “Nossa expectativa é mostrar aos estudantes e professores que o Cremesp deseja melhorar as condições de ensino da medicina no Estado de São Paulo. O resultado do exame irá revelar os pontos fracos nos currículos das escolas e permitirá que as instituições promovam melhorias e ajustes nos cursos”, avalia Luna Filho.
Atualmente existem 28 escolas médicas em atividade no Estado, mas somente 23 delas têm alunos no sexto ano. As demais, como foram abertas há menos de seis anos, ainda não formaram as primeiras turmas. O Cremesp já iniciou a divulgação do exame junto aos alunos e centros acadêmicos dos cursos de medicina. A participação no exame não é obrigatória e não é um pré-requisito para a habilitação do médico ao exercício profissional da medicina, mas o estudante aprovado no exame receberá um certificado do Cremesp, que poderá ser útil no currículo pessoal e no mercado de trabalho.
A primeira etapa do exame constará de uma prova cognitiva, com questões nas áreas de pediatria, ortopedia, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral, clínica médica, saúde pública, saúde mental, bioética e ciências básicas. A segunda prova, de caráter prático, vai simular situações clínicas e problemas práticos, englobando três questões nas áreas de pediatria, clínica médica, cirurgia, saúde mental, ginecologia, obstetrícia e bioética. Esta etapa, que exige estações multimídia para as simulações, será realizada apenas na Capital.
Porque avaliar
Em 2005 a média de acertos na primeira fase, que contou com cerca de mil participantes, foi de 75,68% da prova. A nota mínima foi o acerto de 45 questões e a nota máxima foi o acerto de 102 questões (entre 120). No conjunto dos alunos essa média revelou um resultado satisfatório. Com relação à segunda fase, os participantes de 2005 tiveram média de 7,6%, superior à mínima de 6, média considerada satisfatória pelos organizadores do exame. O maior percentual de acertos na segunda fase foi 9,5% e o menor resultado obteve 5,67%.
O conselheiro Isac Jorge Filho argumenta que “a qualidade do ensino médico tem deixado a desejar em muitas faculdades. Esse é um sentimento generalizado. O número de denúncias vem aumentando ano a ano, fenômeno que se deve a muitos fatores, incluindo o aumento do número de médicos e a maior consciência do cidadão em relação aos seus direitos”. Isac Jorge Filho insiste, porém, que não há como negar uma queda na qualidade dos médicos formados ou dos médicos em exercício. Para analisar esta questão de modo não-empírico, o Centro de Dados do Cremesp cruzou os resultados do último exame com os dados das denúncias ao Conselho e verificou que os médicos formados nas escolas melhor avaliadas sofrem menos denúncias do que os egressos das escolas com notas mais baixas no exame de qualificação.
Para Isac Jorge, a avaliação deve levar em conta conhecimentos, habilidades e atitudes e, se possível, ser realizada ao longo do curso. O conselheiro acredita que cabe também à escola acompanhar o comportamento ético e humano do aluno com docentes, colegas, funcionários e, principalmente com os pacientes. “É evidente que esta avaliação ideal só pode ser feita dentro da faculdade. Isso não se discute. O fato real é que, como regra, a escola médica não reprova. Ou os alunos brasileiros são extraordinariamente competentes ou a avaliação ao longo do curso tem deixado a desejar”, acredita Isac.
Para Bráulio Luna Filho, a iniciativa do exame já cumpriu o objetivo de sensibilizar as direções de escolas para a melhoria constante de seus métodos de ensino e de avaliação do progresso dos estudantes. Mas, o objetivo principal, de longo prazo, é preservar a qualidade dos profissionais formados e do atendimento médico oferecido à população.
Novidades no exame de 2006
- Escolas de medicina poderão sugerir conteúdos das questões
- Prova teórica será realizada em todas as cidades que têm escolas médicas
- Prova prática será ampliada para 40 questões
- Questões priorizarão áreas mais comuns da medicina: clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia e obstetrícia e saúde pública
Escolas de medicina e números de alunos no 6º ano
INSTITUIÇÃO................ ALUNOS ................ LOCAL DA 1ª FASE
Centro Universitário Barão de Mauá...... 54 ........ Ribeirão Preto
Centro Universitário Lusíada ................ 117 ....... Santos
Fac. de Ciências Médicas da Santa Casa .... 91 ...... São Paulo
Fac. de Medicina da Puccamp .............. 80 ........ Campinas
Fac. de Medicina da USP ..................... 160 ....... São Paulo
Fac. de Medicina de Botucatu – Unesp ..... 92 ....... Botucatu
Fac. de Medicina de Catanduva ............... 65 ........ Catanduva
Fac. de Medicina de Jundiaí ................... 66 ........ Jundiaí
Fac. de Medicina de Marília ...................... 80 ......... Marília
Fac. de Medicina de Ribeirão Preto – USP .. 109 ........ Ribeirão Preto
Fac. de Medicina de São José do Rio Preto... 62 ..... São José do Rio Preto
Fac. de Medicina do ABC ..................... 108 ....... Santo André
Fac. de Medicina Santo Amaro – Unisa ..... 75 ....... São Paulo
PUC-SP - Fac. de Medicina de Sorocaba ... 95 ...... Sorocaba
Unicamp ........................ 114 ......... Campinas
Unifesp/Escola Paulista de Medicina ........ 115 ...... São Paulo
Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp .... 122 .... Ribeirão Preto
Universidade Metropolitana de Santos ...... 85 ...... Santos
Universidade de Marília – Unimar ............ 134 ....... Marília
Universidade de Mogi das Cruzes ......... 60 ....... Mogi das Cruzes
Universidade de Taubaté .................... 86 ........ Taubaté
Universidade do Oeste Paulista ......... 140 ...... Presidente Prudente
Universidade São Francisco – USF ......87 .... Bragança Paulista