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HISTÓRIA
Diltor Opromolla


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Edição 213 - 05/2005

HISTÓRIA

Diltor Opromolla


Uma vida de combate ao estigma

  
Um dos principais nomes do combate e controle da hanseníase no Brasil, o médico Diltor Vladimir Araújo Opromolla, falecido em dezembro de 2004, aos 70 anos, deixou um legado de pesquisas e descobertas na área das doenças dermatológicas. Ele foi o artífice da transformação do antigo Sanatório Aimorés de Bauru – complexo de isolamento de portadores de hanseníase – em centro de excelência em pesquisa. Graças ao seu trabalho, o sanatório que até então apenas mantinha os doentes isolados, mudou radicalmente de papel, passando a chamar-se Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL). Com a publicação de pesquisas e o pioneirismo no uso da rifampicina – antibiótico empregado até então no combate à meningite – no tratamento à hanseníase, projetou seu nome e o do ILSL nacional e internacionalmente. “Até hoje a rifampicina é a droga mais eficaz na cura da hanseníase. E isto se deve ao trabalho do professor Opromolla”, destaca Marcos Virmond, atual diretor do ILSL.

Opromolla nasceu em São Paulo, formou-se pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), em Sorocaba, mudando-se para Bauru em 1958. Concluiu especialização em Hansenologia, conferida pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Brasileira de Leprologia, em 1974; e em Dermatologia, em 1985.

Empenhou-se para melhorar a qualidade de vida dos doentes e para quebrar os tabus relacionados à hanseníase, doença estigmatizada por séculos. “Para os pacientes, ele não era só o médico, mas um pai. Alguns, vindos de outros hospitais e asilos, diziam que ali voltaram a se sentir gente”, lembra a médica Ana Maria Carlete Soares, que trabalhou com Opromolla no ILSL na década de 70. Na época, os médicos não tocavam os hansenianos, os exames eram feitos utilizando uma varinha e a uma distância considerada segura. “Opromolla mudou isso. Ele não só tocava as feridas dos doentes como cingia seus ombros, como só os amigos fazem. Também caminhava com eles pelo Instituto”, conta Ana Maria. Para estar mais perto dos pacientes, o médico residiu durante 18 anos no ILSL, juntamente com a família.

“Ele será sempre uma pessoa reverenciada pela dedicação à ciência, à pesquisa e ao paciente. Tinha uma visão própria de cuidado humanístico”, destaca o chefe do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu, Sílvio Marques.

Em novembro de 2004, o professor recebeu uma homenagem do Ministério da Saúde e da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) pela contribuição dada ao país e ao mundo para a cura da hanseníase, durante a quarta edição da Expoepi (Exibição Nacional de Experiências Exitosas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças).

Qualificando gerações futuras

A difusão do conhecimento foi outra preocupação constante na vida de Opromolla. Além da publicação de inúmeros trabalhos de sua autoria, foi redator do jornal “Fênix”, do Centro de Estudos dr. Reynaldo Quagliato, do Hospital Lauro de Souza Lima em Bauru; editor e redator chefe da revista Hansenologia Internationalis e colaborou com a elaboração do Atlas de Hanseníase entre outros.

Segundo Marcos Virmond, a vocação de professor de Opromolla era indiscutível: “ele formou um grande número de pessoas que hoje ocupam cargos de relevância dentro da Dermatologia no Brasil e no mundo, principalmente na área da hanseníase”. Também foi professor do curso de pós-graduação do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM); do curso de pós-graduação em diagnóstico oral, da Faculdade de Odontologia de Bauru; e da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. Foi ainda coordenador da Residência Médica do Hospital Lauro de Souza Lima.

O trabalho de Opromolla é reconhecido por seus colegas de profissão. O anátomo-patologista Raul Negrão Fleury disse que Opromolla era um inspirador de boas idéias. “Ele soube atrair e estimular pessoas de dentro e de fora da instituição para essa empreitada”, afirmou Negrão. “Quando me afastei da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, para começar minha atividade profissional em Bauru, me recomendaram memorizar o nome de Diltor Opromolla, conhecido como grande leprologista e responsável pelo melhor serviço de investigação científica em lepra no Brasil”, lembra o médico e presidente da Associação Paulista de Medicina Regional Bauru, José Henrique de Oliveira Godoy. Godoy o conheceu no início de 1982 e orgulha-se da amizade estabelecida entre eles. “Em todas as situações sempre sobressaíam seu entusiasmo, estímulo, espírito de liderança e otimismo. Sentiremos sua falta como amigo e modelo de ética”, finaliza.


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