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CAPA

EDITORIAL
Discurso de posse do novo presidente do Cremesp, Clóvis Francisco Constantino


ENTREVISTA
Clóvis Constantino: "é preciso resgatar o melhor da imagem do médico"


PLANOS DE SAÚDE 1
A padronização de contratos entre médicos e operadoras


PLANOS DE SAÚDE 2
Novembro terminam os trabalhos da CPI dos Planos de Saúde


CONSELHO
Mobilização nacional das Entidades Médicas


GESTÃO 2003-2008 2
A posse dos novos Conselheiros


GESTÃO 2003-2008 1
Medicina e Assistência à Saúde


GESTÃO 2003-2008
A nova diretoria do Conselho


CONJUNTURA
Destaque para a vitória do Comando Nacional da Saúde da defesa do orçamento


ENSINO MÉDICO
A indústria do diploma: 4 novos cursos a cada dia


INTERNET
De olho nos sites: Cremesp. Bioética e Banco de Empregos Médicos


AGENDA
Destaque para a sessão plenária do Cremesp nº 3.000


PARECER
Sedação Consciente recebe normatização do CFM


DIA DO MÉDICO
Homenagem ao Dr. Jair Xavier, CRM nº 0003


GALERIA DE FOTOS



Edição 194 - 10/2003

ENTREVISTA

Clóvis Constantino: "é preciso resgatar o melhor da imagem do médico"


Novo presidente do Cremesp diz que "é preciso resgatar o melhor da imagem do médico"


"Coordenarei os trabalhos; será uma diretoria criativa, não centralizadora". Assim o pediatra Clóvis Francisco Constantino marca seu estilo na presidência do Cremesp. Formado pela Escola Paulista de Medicina, Clóvis faz questão também de continuar sua rotina de médico para manter vivo o entendimento da realidade profissional. Pai de dois filhos - Jacques, 28 anos, jornalista, e Mário, de 12 anos - , o novo presidente do Conselho é conhecido por seu humanismo e tranqüilidade, mesmo em meio à intensa atividade como profissional e no movimento médico, que o mobiliza desde os tempos da faculdade, quando participava do movimento estudantil. À frente do Conselho, terá como prioridade uma de suas muitas preocupações, a qualidade da assistência médica. Este e outros temas foram abordados por ele, nesta entrevista ao Jornal do Cremesp.

Jornal do Cremesp.  O que significou, na sua opinião, a vitória da "Unidade Médica"?
Clóvis Constantino. De forma inédita, nós tivemos oito chapas envolvidas nesta eleição do Cremesp, cada uma com 40 candidatos, ou seja, 320 pessoas envolveram-se diretamente no pleito. Além delas, centenas de outros colegas apoiaram o movimento e as propostas das chapas. Pela primeira vez, houve um envolvimento muito grande da classe médica diretamente na eleição e não um movimento passivo na hora de votar. Isso estimulou muito o debate, a troca de idéias e o aperfeiçoamento das propostas. Obviamente, cada chapa via a sucessão do Conselho de uma maneira. Vejo todo o debate ocorrido de forma muito positiva.

Quanto à vitória de nosso colegiado, ficou demonstrado que a unidade e o apoio das entidades médicas foi decisivo. O Cremesp, a Associação Paulista de Medicina, a Associação Médica Brasileira, os Sindicatos, a Academia de Medicina de São Paulo e as Sociedades de Especialidades uniram-se para compor e apoiar a chapa. Por isso, a "Unidade Médica" representa o que a classe médica gostaria de ver em ação numa nova gestão do CRM, ou seja, a garantia de que aproveitará todos os avanços dos últimos 10 anos, que foram significativos, aprimorando-os com a sólida proposta de unidade.

JC. Quais serão as prioridades de sua gestão?
Clóvis. Vamos lutar pela melhoria da qualidade da assistência médica, investindo na educação médica continuada, participando do movimento pela definição legal do Ato Médico em tramitação no Congresso, lutando pelo respeito ao SUS e as emendas que vão em sua direção, pela implantação da Classificação Hierarquizada dos Procedimentos Médicos e outras frentes, já divulgadas, em conjunto com as entidades. Assim, melhorando a qualidade do atendimento médico, faremos com que a população recupere a idéia que ela tinha em relação ao médico. As pessoas vêem a Medicina e os avanços científicos de uma forma muito positiva, mas nas últimas décadas começaram a ver o médico de uma forma muito diferente de antigamente. O prestígio e o respeito deixaram de existir justamente em decorrência de todos esses problemas que envolvem a assistência médica, o que dificultou o exercício profissional. Vamos tentar fazer com que a população volte a ver o médico como um conselheiro, um confidente, e não apenas como um prestador de serviço. Para isso, precisamos melhorar a qualidade do ensino e todas as questões envolvendo as escolas médicas que estão sendo abertas irresponsavelmente. Vamos debater isso com todas as entidades e com as esferas de governo.

JC. Na sua opinião, o que precisaria ser modificado no ensino médico?
Clóvis. Já há uma movimentação nos currículos das faculdades de Medicina, modificando o sistema de ensino. Existem algumas que ensinam a Medicina usando o método baseado em problemas e não o tradicional, que a grande maioria das escolas ainda adota. São experiências importantes que já estão sendo feitas na graduação. Contudo, a graduação, em função do avanço científico atual, nunca vai conseguir ser terminal e fazer com que o médico conclua o curso totalmente capacitado. Ele estará habilitado assim que se formar e se inscrever no Conselho, mas não estará ainda capacitado para exercer uma atividade médica dentro de uma especialidade ou de uma área de atuação. É preciso o treinamento em serviço, a residência médica. Além disso, sabemos que o conhecimento científico dobra a cada dois anos e meio e que 50% das técnicas que hoje colocamos em prática, daqui a sete anos já serão obsoletas. Então, também, é muito importante focalizar a nossa atenção na educação continuada.

JC. E como o senhor definiria um médico ético ou a Medicina Ética?
Clóvis. O médico ético é aquele que aplica os melhores conceitos que a ciência demonstrou como válidos e de eficácia comprovada, e coloca-os em prática de uma forma humana e individualizada. Ele deve ver o seu paciente como uma pessoa com particularidades afetivas e emocionais, não simplesmente como foco de aplicação de um conhecimento técnico. O binômio médico-paciente é sujeito da ação. Na medida em que o médico perceba que isso é fundamental para que a ação dele seja mais eficaz e efetiva, ele vai ser muito mais feliz e obviamente vai trazer mais felicidade para as pessoas ou comunidades que o procuram e, certamente, haverá uma contrapartida. Na medida em que se relaciona de forma mais humana com seu paciente, o médico será menos maltratado pela sociedade e pelo próprio paciente, será menos denunciado, menos processado, menos contestado. Mas é necessário que se retome as condições de adequada remuneração para que ele tenha tempo e disposição para isso.

JC. O Conselho é muitas vezes acusado por alguns setores da sociedade de ser muito corporativo; já por parte de alguns profissionais médicos ele é acusado de ser extremamente punitivo e severo. Como encontrar o equilíbrio?
Clóvis. É o ângulo de visualização da questão que faz com que a pessoa tenda para um lado ou para outro, interprete de uma forma ou de outra. A população vê o Conselho como órgão corporativo e o médico como órgão que o pune. A forma de ver é circunstancial; o Conselho nem é corporativo nem punitivo. Ele tem que fiscalizar o exercício profissional para que os médicos possam exercer seu mister com independência e segurança e, assim, a classe e a população estarão protegidas. Os Conselhos de Medicina, os Conselhos de Ética são uma conquista da sociedade. Analisa atos pelos próprios pares e aprofunda-se nas questões.

JC. Como funcionará a primeira diretoria da gestão 2003-2008?
Clóvis. Os diretores, em suas áreas, serão incentivados a criar projetos e soluções, que serão discutidos em diretoria, aperfeiçoados e, posteriormente, apresentados e aprovados em sessão plenária dos 42 conselheiros. Seremos simples, firmes nas discussões de propostas que sejam de interesse da classe médica e da população, e democráticos nas decisões.



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