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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Aranha - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Helena Nader


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 4)
Modernização do Iamspe


PRESCRIÇÃO (pág. 5)
Substâncias antimicrobinos necessitam de receituário específico


BENEFÍCIO (pág. 6)
Bolsas de Bioética


ATIVIDADES DO CREMESP (pág. 7)
Núcleo de Defesa Ética em Remuneração Médica


EXAME DO CREMESP (págs. 8 e 9)
Cresce o número de reprovados em comparação ao ano de 2015


SAÚDE PÚBLICA (pág. 10)
Decisões em políticas sobre drogas devem ser colegiadas


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Agenda


EU, MÉDICO (pág. 12)
Urologista leva atendimento médico a comunidades ribeirinhas


JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Cartilha do Cremesp orienta residentes sobre assédio moral


EDITAIS (Pág. 14)
Convocações


BIOÉTICA (pág. 15)
Análise ética de pesquisas pode sofrer mudanças com projeto aprovado no Senado


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Edição 345 - 03/2017

EXAME DO CREMESP (págs. 8 e 9)

Cresce o número de reprovados em comparação ao ano de 2015


Mais da metade dos recém-formados é reprovada

 

Resultados do Exame do Cremesp 2016 apontam que mais da metade dos recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo foi reprovada na avaliação. De um total de 2.677 egressos de cursos de Medicina que participaram do Exame em 2016, 1.511 (56,4%) não alcançaram a nota mínima. Ou seja, erraram mais de 60% das 120 questões da prova, porcentagem que o Cremesp considera mínima para a aprovação. Os outros 1.166 participantes (43,6%) acertaram mais de 60% das questões.

Em comparação ao Exame de 2015, houve queda no desempenho dos novos médicos. (Quadro 1).

Para Bráulio Luna Filho, diretor do Cremesp e coordenador do Exame, a piora é significativa. Os atuais resultados são preo­cupantes e corroboram a tendência observada ao longo da série histórica da avaliação. “Com exceção do Exame de 2015, nos últimos 10 anos o índice de reprovação ficou acima de 50%, ou seja, neste período, mais da metade dos novos médicos tem entrado no mercado de trabalho sem ter conhecimentos básicos de situações cotidianas do atendimento médico. É preciso que as escolas médicas promovam melhorias nos métodos de ensino e imprimam mais rigor em seus sistemas de avaliação”, afirma.

A 12ª edição do Exame do Cremesp foi realizada no dia 16 de outubro de 2016 nos municípios de Botucatu, Campinas, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São Paulo e Taubaté.

Análise confidencial dos resultados

As notas individuais serão encaminhadas confidencialmente a cada um dos participantes. As escolas médicas receberam um relatório pormenorizado de desempenho de seus alunos por área de conhecimento, preservando-se a identidade dos mesmos (veja box). O propósito do Cremesp é fornecer subsídios para o aprimoramento dos cursos avaliados e da formação médica, visando à adequada assistência de saúde à sociedade.

Escolas públicas

Como em anos anteriores, as escolas médicas paulistas privadas tiveram maior percentual de reprovação que os cursos públicos. No entanto, também entre os egressos das instituições públicas houve aumento importante de reprovação em comparação ao Exame de 2015, passando de 26,4% para 37,8%. Já entre os cursos de Medicina privados, 66,3% dos alunos foram reprovados em 2016, também superando os resultados de 2015, com 58,8%. (Quadro 2)

Atualmente, existem 46 escolas médicas em atividade no Estado de São Paulo. Dessas, 30 foram avaliadas no Exame de 2016. As demais, abertas há menos de seis anos, ainda não haviam formado turmas à época do Exame.

Composição da prova

A prova foi composta por 120 questões de múltipla escolha, com cinco alternativas de respostas. Abrangeu as principais áreas da Medicina: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Pediatria, Ginecologia, Obstetrícia, Saúde Pública e Epidemiologia, Saúde Mental, Bioética e Ciências Básicas. Para aprovação, o candidato deveria responder corretamente a 72 das questões, o que corresponde a um percentual de acertos de 60%. A prova foi aplicada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), e os critérios e a metodologia foram os mesmos utilizados e validados nos exames anteriores.

Quadro 1- Comparativo de participantes aprovadose reprovados nos Exames do Cremesp em 2015 e 2016

Ano  Participantes  Aprovados    %     Reprovados      %

2015         2.726               1.414        51,9          1.312           48,1

2016         2.677               1.166        43,6          1.511           56,4

Fonte: Fundação Carlos Chagas/Cremesp

 

Quadro 2 Participantes aprovados e reprovados no Exame do Cremesp 2015 e 2016, segundo natureza das escolas médicas paulistas

Ano    Situação                         Privadas               Públicas

                                                   N           %              N         %

2015    Aprovados                    751       41,2          662       73,6

            Não aprovados         1.074       58,8          238       26,4

               Total                           1.825     100,0          900     100,0

2016    Aprovados                    588       33,7          578      62,2

            Não aprovados         1.159       66,3          352      37,8

                Total                           1.747     100,0          930     100,0

Fonte: Fundação Carlos Chagas/Cremesp


Participantes erraram respostas para questões básicas

Muitos dos recém-formados demonstraram não saber interpretar exames de imagem para diagnosticar e administrar a conduta terapêutica adequada a casos médicos básicos e problemas de saúde frequentes, como crises hipertensivas e doenças respiratórias. A seguir, alguns exemplos de questões com altos índices de erro:

80% não souberam interpretar um exame de radiografia e erraram a conduta terapêutica de paciente idoso;

78% não souberam interpretar o tipo de pesquisa científica e relevância para indicação de novos tratamentos;

76% não souberam indicar qual medicação antipsicótica está associada a maior ganho de peso;

75% não souberam identificar principais características e conduta a ser tomada no caso de paciente com deficiência respiratória;

71% não acertaram diagnóstico e tratamento para hipoglicemia de recém-nascido, problema comum nos bebês;

70% não conseguiram diagnosticar tuberculose por meio da história clínica e exame físico;

70% não souberam indicar a conduta adequada em paciente com crise hipertensiva, doença que acomete 25% da população brasileira;

65% não acertaram a conduta medicamentosa a ser recomendada a paciente com asma leve.

 


Conselho oferece curso gratuito aos egressos que não atingiram nota mínima

 O Conselho disponibiliza cursos online gratuitos aos participantes do Exame do Cremesp 2016 que obtiveram nota inferior a 6, por meio do site Cremesp Educação (cremespeducacao.org.br). O recém-formado receberá as orientações necessárias para o acesso gratuito aos cursos.

Lançado em março do ano passado e realizado em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, o Curso de Revisão em Medicina é desenvolvido a partir das dificuldades apontadas pelo Exame do Cremesp. Foi dotado, inicialmente, de quatro módulos: Clínica Médica (Cardiologia, Emergências Cirúrgicas, Exames Complementares e Pneumologia), Saúde Pública, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia, mas outros cursos serão formatados em breve e disponibilizados pelo site. Todos os médicos podem realizar o treinamento, porém apenas os que não passaram no Exame do Cremesp 2016 têm gratuidade nos cursos.


Relatório é entregue às escolas médicas

Os Relatórios Circunstanciados do Exame do Cremesp de 2016 foram entregues aos representantes das escolas médicas do Estado de São Paulo, em reunião realizada no dia 10 de fevereiro. A apresentação e a análise dos resultados tiveram a participação do presidente do Cremesp, Mauro Aranha; do primeiro-secretário e coordenador do Exame, Bráulio Luna Filho; e do coordenador do Centro de Bioética, Reinaldo Ayer de Oliveira.

 “Como em todos os anos, o Cremesp espera que o compartilhamento destes dados possa contribuir para a melhoria da formação médica. Sabemos que não está perfeito, e o aprimoramento do ensino médico é bem-vindo para que a população receba uma Medicina de qualidade”, afirmou Mauro Aranha.

Ayer destacou que, ao longo de 12 anos, a construção do Exame do Cremesp foi cautelosa e feita passo a passo, de forma que a evolução da prova pudesse solidificar a defesa do Cremesp pela sua obrigatoriedade.

Luna Filho também falou sobre o alto índice de adesão de recém-formados ao Exame 2016 – que teve um grande número de participantes – mesmo não sendo obrigatório. “Essa maior adesão certamente deve-se ao fato de que o Exame do Cremesp tem ganhado valor de mercado”, destacou.


Modelo de Exame do Board será adaptado às escolas paulistas

Representantes do Cremesp, Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio-Libanês (IEP/HSL), do National Board of Medical Examiners (NBME) e de escolas médicas do Estado de São Paulo estiveram reunidos, no dia 13 de março, para debater um processo de avaliação adaptado à realidade brasileira, baseado no modelo americano, que permita às escolas identificar áreas do ensino que podem ser aprimoradas.

O encontro contou com a presença de Donald Melnick, vice-presidente sênior e diretor da divisão de Pesquisa e Desenvolvimento, e Suzanne T. Anderson, presidente do Conselho de Administração do NBME; Bráulio Luna Filho, diretor 1º secretário do Cremesp e coordenador do Exame Cremesp e da Avaliação Periódica do Ensino Médico (APEM); e Luiz Fernando Lima Reis, diretor de Ensino e Pesquisa do IEP/HLS.

Durante as apresentações, Melnick falou do método utilizado nos Estados Unidos, que tornou-se obrigatório para a emissão de certificados de qualificação profissional para todos os recém-formados em Medicina. Aplicados em duas etapas, os testes priorizam, na etapa 1, os conceitos básicos e, na etapa 2, os conhecimentos e habilidades clínicas necessárias ao profissional. A minoria reprovada no exame pode submeter-se mais seis vezes aos testes, respeitando o máximo de duas vezes por ano.

Cultura da avaliação

Para Reis, é preciso criar a cultura da avaliação no ensino médico. “Pretendemos fornecer uma ferramenta de avaliação que, aplicada durante o 3º e o 5º anos do curso de Medicina, permita identificar áreas do ensino que precisam ser aprimoradas. Por meio de relatórios personalizados fornecidos às escolas participantes, os coordenadores dos cursos médicos terão condições de identificar onde seus alunos apresentam bom desempenho e onde são necessárias mudanças”, afirma.


Mercado de trabalho passou a exigir a avaliação dos egressos

A participação no Exame do Cremesp é critério para acesso a importantes programas de Residência Médica (RM)e participação em concursos públicos nos âmbitos estadual e municipal, além de seleção de profissionais em hospitais públicos e privados, sendo o mais recente deles, o Hospital do Coração (HCor). O acordo foi firmado entre o diretor 1º secretário do Cremesp, Braulio Luna Filho, e a cardiologista pediátrica e coordenadora do Programa de Residência Médica do HCor, Ieda Jatene, no dia 30 de janeiro. Estiveram presentes ainda o superintendente médico do hospital, Carlos Alberto Buchpiguel, e o diretor clínico, Edson Renato Romano.

Entre as demais instituições que passaram a considerar a participação no Exame do Cremesp como um dos critérios de seleção para contratação de médicos, estão as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, participantes da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Unimeds de Ribeirão Preto, Santos, Jundiaí, Presidente Prudente, Botucatu, Bauru, Alta Mogiana (Hortolândia, Sales Oliveira, Morro Agudo, São Joaquim da Barra, Nuporanga e Ipuã) e Norte Paulista (Aramina, Buritizal, Guará, Igarapava, Ituverava e Miguelópolis). O Exame também será considerado para ingresso nos programas de Residência Médica nas Faculdades do ABC, de São José do Rio Preto, Unifesp, Santa Casa de SP e Santo Amaro (Unisa), PUC (Campinas) e também no Hospital do Servidor Público Esta­dual (Iamspe).


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