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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Henrique Carlos Gonçalves: o ensino médico no país necessita de reformas urgentes


ENTREVISTA (JC pág. 3)
Em entrevista, Roberto D’Ávila, vice-presidente do CFM, fala sobre a revisão do Código de Ética Médica. Necessária e inadiável...


ATIVIDADES 1 (JC pág, 4)
Cremesp e entidades médicas obtém liminar para TISS eletrônica no Estado de São Paulo


ATIVIDADES 2 (JC pág, 5)
Portais do Cremesp: usuários podem conferir grandes novidades, no layout e no conteúdo, preparadas para 2009


ESPECIAL 1 (JC pág. 6)
Confira as atribuições do Cremesp e de seus conselheiros à frente da instituição


ESPECIAL 2 (JC pág. 8)
Residência Médica: estudo mostra que a grande maioria de egressos atende no setor privado


ÉTICA & JUSTIÇA (JC pág. 10)
Atenção para a nova interpretação do Judiciário no que diz respeito à má prática da Medicina em hospitais


ENSINO MÉDICO (JC pág. 11)
Conselho reúne representantes de escolas médicas do Estado para avaliar resultados do Exame Cremesp 2008


HISTÓRIA (JC pág, 12)
HC da Faculdade de Medicina de Botucatu: atendimento especializado e de qualidade para pacientes de 68 municípios da região


GERAL 1 (JC pág. 13)
Vida de Médico - A ginecologista Rosa Emília Lacerda fala sobre seus 37 anos de carreira


ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
Internação compulsória para tratar alcoolismo é opção a ser considerada pelo médico?


GERAL 2 (JC pág. 15)
Destaque para a presença dos diretores do Cremesp na inauguração do Centro Cardiológico do Hospital Sírio-Libanês


2009 (JC pág. 16)
Cremesp deseja a todos um novo ano de realizações e paz


GALERIA DE FOTOS



Edição 255 - 12/2008

GERAL 1 (JC pág. 13)

Vida de Médico - A ginecologista Rosa Emília Lacerda fala sobre seus 37 anos de carreira


“A mulher médica é menos prestigiada na profissão”

Para a ginecologista, preconceito ainda é um problema a ser enfrentado

“A mulher médica ainda é menos prestigiada que o homem. A falta de confiança das próprias mulheres nas médicas é nossa maior dificuldade”, afirma a ginecologista Rosa Emília Mota Assis Lacerda. Mineira de Belo Horizonte e médica formada pela Universidade Federal de Minas Gerais, ela chegou a Campinas, após casar-se em 1971, para fazer Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, em 1973, pela Unicamp. Rosa orgulha-se de seus 37 anos de carreira, mas revela que o preconceito contra a mulher médica ainda é um problema a ser enfrentado.

A médica, que já trabalhou no antigo INPS, na Previ Bosch e atende em sua clínica há 26 anos, também encontra tempo para dedicar-se à filantropia na Penitenciária Feminina São Bernardo, em Campinas. O trabalho voluntário começou há três anos, após um delegado de Campinas convidá-la para atender as presidiárias, pois a ONG que prestava esse serviço abandonou a detenção por medo de rebeliões. “O delegado cobrou de mim o que eu, como ser humano, fazia pela sociedade. Eu já tinha muita pena dessas presidiárias, então, senti-me impelida a cuidar delas como ginecologista”, declara.

Ela afirma que as condições de atendimento no presídio não são as melhores devido à falta de infra-estrutura mas, ainda assim, ela se diz satisfeita com o trabalho que desenvolve com as internas. “Elas me adoram e eu gosto muito delas. Atendo-as numa sala onde não há muito conforto. Para falar a verdade, mal dá para respirar porque não há janelas”. Rosa afirma que, apesar de serem criminosas, essas mulheres se sentem constrangidas de estar diante de um médico. “Elas têm vergonha da nudez, do exame, então, você precisa ter toda a delicadeza do mundo para tratá-las. Apesar de ser um ambiente hostil, lá dentro há muita vida, até gravidez, o que sempre dá um estímulo a elas. Os olhinhos das detentas brilham quando ouvem o coração do bebê bater”, diz a médica emocionada.

Para Rosa, a mulher tem de ser feminina, sempre. Ela lamenta o fato de a mulher estar perdendo sua sensibilidade e, cada vez mais, querendo assemelhar-se aos homens, para ter mais prestígio e maiores salários. “Preservar as características femininas ainda é a melhor arma que a mulher tem para se libertar dos preconceitos”, acredita. “A característica feminina é sempre de útero mesmo, de abarcar, de acolher, de abraçar. ‘O feminino é o ouvir’, como diz Ruben Alves, um filósofo aqui de Campinas”, completa.

Aos 62 anos de idade e com três filhos – dois engenheiros e uma médica ginecologista –, Rosa Emília esbanja juventude e garante que o segredo é estar sempre de bem com a vida e praticando atividades que ocupem o tempo vago.  

E ela dá o exemplo: quando não está atendendo, faz música, toca piano, canta no coral da Unimed de Campinas e ainda desfila na escola de samba Mangueira.  Rosa sente-se orgulhosa quando consegue passar para suas pacientes a idéia de que a mídia as escraviza ao impor um modelo de beleza artificial. “A aceitação como pessoa e o envelhecimento como um processo natural, para mim, não é problema. Sou mais feliz hoje do que quando era mais jovem”, confessa.

Cuidado com crianças e adolescentes é tema de livro

O conselheiro do Cremesp e do Conselho Federal de Medicina, Clóvis Francisco Constantino, e os médicos pediatras João Coriolano Rego Barros e Mário Roberto Hirschheimer lançaram, em 5 de dezembro, o livro Cuidando de Crianças e Adolescentes sob o Olhar da Ética e Bioética, editado pela Editora Atheneu, com o apoio da Associação Paulista de Medicina (APM). O livro tem 28 capítulos organizados e escritos pelos três autores e 41 colaboradores.

A publicação aborda, sem preconceitos ou imposições, o universo em que se move a afetividade e o psiquismo de pacientes, pequenos e adolescentes, para melhor entendê-los quando acometidos por transtornos ou patologias durante a infância e a adolescência.
Estiveram presentes ao lançamento da obra o presidente e vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Henrique Carlos Gonçalves e Renato Azevedo Júnior; João Ladislau Rosa, 1º secretário; e a conselheira Ieda Therezinha Verreschi.

Homenagem ao Cremesp

A 16ª Turma da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente prestou homenagem ao Cremesp na pessoa do conselheiro Henrique Liberato Salvador (na foto entre formandos), que é da região. Mesmo não sendo mais professor daquela escola, da qual foi também diretor, Salvador vem promovendo regularmente aulas de ética e bioética e julgamentos simulados na faculdade; também convida os alunos do internato a participarem  do programa de Educação Continuada do Cremesp.

Nota de falecimento
O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Marco Antônio Becker, faleceu na noite de 4 de dezembro, em Porto Alegre (RS). Segundo o presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves, “a morte de Marco Antônio Becker deixa em luto a classe médica. Da mesma forma, a saúde pública perde um grande defensor. O Conselho de São Paulo lamenta a perda súbita de um colega cuja vida foi dedicada a uma perene e obstinada defesa dos direitos dos médicos brasileiros”.

Henrique Carlos apresentou os pêsames à família de Becker e aos médicos do Rio Grande do Sul em nome da Plenária de conselheiros do Cremesp.


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