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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo: referência de respeito à cidadania, aos direitos humanos e à ética


ENTREVISTA (SM pág. 3)
Em entrevista, a pediatra Rosana Fiorini Puccini, fala sobre o livro A Formação Médica na Unifesp - Excelência e Compromisso Social


ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Programa de Educação Continuada: número crescente de participantes demonstra interesse pela reciclagem profissional de qualidade


ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Destaque para nosso Banco de Empregos Médicos, serviço de sucesso, gratuito, que há 5 anos beneficia médicos na busca por crescimento profissional e pessoal


ATIVIDADES 3 (JC pág. 6)
Exame do Cremesp 2008: quarta edição da avaliação de recém-formados em Medicina tem mil inscritos para a primeira fase da prova


ELEIÇÃO 1 (JC pág. 7)
Unidade Médica vence eleição do Conselho por ampla maioria, com 42,35% dos votos válidos


ELEIÇÃO 2 (JC págs. 8/9)
Acompanhe as propostas para a gestão da Unidade Médica, defendidas durante a campanha eleitoral


IND. FARMACÊUTICA (JC pág. 10)
Pesquisas close-up: muito além do conflito de interesses, prática - se confirmada - fere a intimidade dos pacientes


CONJUNTURA (JC pág. 11)
Efeitos da aplicação da Lei Seca no trânsito: número de mortes nas estradas federais cai 14,5% em julho


ARTIGO (JC pág. 12)
O tratamento - ético - da obesidade, pela conselheira e médica endocrinologista Ieda Verreschi


GERAL 1 (JC pág. 13)
Em Vida de Médico, José Luiz Barbosa dá um depoimento emocionado sobre sua trajetória profissional dedicada à Medicina


ALERTA ÉTICO
Médico com formação geral está apto a prestar atendimento em clínica médica e pediatria? Esclareça esta e outras dúvidas pertinentes ao exercício da Medicina


GERAL 2 (JC pág. 15)
Acompanhe a participação do Cremesp em eventos relevantes para a classe médica do Estado


HISTÓRIA (JC pág. 16)
Santa Casa de São Carlos: 109 anos de história e referência em procedimentos de cardiologia intervencionista


GALERIA DE FOTOS



Edição 251 - 08/2008

HISTÓRIA (JC pág. 16)

Santa Casa de São Carlos: 109 anos de história e referência em procedimentos de cardiologia intervencionista


SANTA CASA DE SÃO CARLOS


Reformas no hospital de 109 anos objetivam aplicar o conceito de humanização no atendimento

Parceira da saúde na região

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, considerada um dos pilares da saúde pública e privada do município e região, localiza-se num ponto estratégico para o atendimento à população, sendo referência para outras cinco cidades em seu entorno: Ibaté, Ribeirão Bonito, Dourado, Descalvado e Porto Ferreira, que, juntas, somam mais de 363.573 habitantes.

Apesar da grande demanda, essa responsabilidade é assumida com orgulho pelos mais de 800 profissionais que constituem o quadro de funcionários da Santa Casa, entre eles, 283 médicos credenciados, “de qualidade, valor e conduta ética indiscutível”, como declarou Lauriberto Roque Vanzo, provedor da entidade.

Ao longo dos seus 109 anos de existência, a Santa Casa de São Carlos possui uma completa infra-estrutura no que se refere à instalação de equipamentos e de serviços, desenvolvida com o apoio do governo e de parceiros na iniciativa privada. “Sendo referência para sua micro-região, grande parte dos médicos das cidades vizinhas encaminha seus pacientes para tratamento e recuperação em nosso hospital”, afirmou Vanzo.

A instituição filantrópica oferece um total de 350 leitos; destes, 213 são direcionados à saúde pública, e 137 são leitos privados. É do SUS também que a Santa Casa recebe em torno de 53% das suas receitas. Convênios e particulares são responsáveis por aproximadamente 41% do orçamento, e o restante fica por conta de subvenções, que somam 6% dos recursos.

Referência em procedimentos de cardiologia intervencionista, o hospital realiza, em média, 800 cirurgias e 200 partos – entre normais e cesarianas – por mês; a unidade de entrada da instituição, o SMU (Serviço Médico de Urgência) realiza em torno de 2.500 atendimentos/mês. Soma-se a esses números, por exemplo, o total de aproximadamente 22 mil internações ocorridas entre janeiro e dezembro de 2007.

Em evolução constante, a Santa Casa tem tido como suporte a lealdade e o apoio de seu corpo clínico, com a participação ativa de Paulo Roberto Motta, atual diretor clínico da Irmandade. Para Vanzo, este é um dos grandes diferenciais do hospital: “Os médicos e colaboradores sempre estiveram ao lado da Provedoria, de modo que, mesmo em seus momentos mais difíceis – e independentemente de eventuais transtornos nos repasses advindos de alguns setores –, nunca abandonaram seus compromissos nem escalas de plantão”, garante.

Parcerias de sucesso
Em meados de setembro de 2007, a Provedoria e o grupo de gerentes da Santa Casa apresentaram ao diretor José Eduardo Casemiro e empresários da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc), um projeto de reforma nos três blocos de enfermaria do SUS, que, no total, somam 92 leitos. “Na ocasião, os representantes da Acisc vieram à Santa Casa e verificaram in loco as necessidades de investimentos em hotelaria nessas áreas, e também por meio de fotos, slides, textos e planilhas. Com base nesses dados, os custos foram calculados e o projeto rapidamente encaminhado”, informou o gerente hospitalar Everton Beggiato.

Segundo ele, “mais do que sensibilizar os dirigentes da Acisc, ficou demonstrado que o projeto busca atender aos interesses de pacientes que não possuem recursos financeiros para arcar com convênios de assistência médica”. Para o gerente, “essa postura sempre existiu na Santa Casa, porém, com os recursos repassados pelo SUS, por vezes é impossível realizar esse tipo de investimento, pois também existem outras prioridades”, afirma.

Inicialmente foi aprovada a reforma de oito quartos/enfermarias, que abrangem 34 leitos, localizados no bloco E 2º, hoje destinado aos pacientes pós-cirúrgicos do SUS. “A estimativa de custo ficou em torno de R$ 6 mil a R$ 7 mil por quarto, permitindo à Santa Casa aplicar o conceito de humanização hospitalar em seu atendimento: os banheiros estão sendo reformados de modo a atender aos pacientes com necessidades especiais; os pisos também estão sendo substituídos, e as camas, reformadas, tudo de acordo com o planejamento do engenheiro da Santa Casa, Marco Nagliati”, informou Beggiato. Os trabalhos são realizados com mão-de-obra da instituição, com o intuito de melhor gerenciar as atividades e reduzir custos.

Novos investimentos
As mudanças não param por aí. Futuras parcerias, como auxílio a um número maior de pessoas dependentes da saúde pública, estão previstas tanto na área estrutural como clínica. Segundo Vanzo, “uma das metas será convencer os dirigentes da Acisc a patrocinar o projeto global, ou seja, concluir a reforma de outros 58 leitos (blocos E 1º e C térreo). Também faz parte dos objetivos da Provedoria da Santa Casa melhorar as condições de trabalho do corpo clínico, com investimentos contínuos em treinamento, equipamentos e materiais.

HISTÓRIA

No final do século 19, com o objetivo de prestar uma homenagem a seu filho José, falecido em Jaboticabal, Francisco Domingos de Sampaio e sua esposa, Anna Miquelina Ferraz de Sampaio, resolveram destinar uma quantia em dinheiro para a fundação de uma Santa Casa em São Carlos. A iniciativa do casal contagiou a sociedade e uma comissão foi organizada para dar início ao projeto.

Em 12 de abril de 1891, celebrou-se no então Teatro Ypiranga uma grande reunião, que daria início à construção do edifício da Santa Casa. O primeiro pavilhão ficou pronto em 1893.

Nesse mesmo ano, uma violenta epidemia de febre amarela assolou São Carlos. O pavilhão construído foi transformado em hospital para os doentes, tendo prestado grande serviço à comunidade, com a constituição de uma comissão de socorros para arrecadar fundos para combater a epidemia e prestar ajuda à Santa Casa. Nesta mesma época foi reformulado o estatuto do hospital. Em 1º de novembro de 1899, realizou-se, com grande solenidade, a inauguração do Hospital da Santa Casa. Desde então, ela nunca parou de prestar bons serviços à população.


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